A práxis da psicanálise entre o sujeito da invenção medieval e o sujeito do inconsciente.
Psicanálise lacaniana. Sujeito. Ciência
Ao se discutir sobre a relação entre psicanálise e ciência é comum estabelecer uma separação entre ambas. Todavia, em A Ciência e a Verdade Lacan destaca que a práxis da psicanálise não implica outro sujeito senão o da ciência. Nesse dizer que se torna um axioma lacaniano, Lacan não apenas tece uma relação entre psicanálise e ciência como também diz que o sujeito de ambas é um só, mas o que permitiu Lacan dizer que o sujeito da psicanálise é o sujeito da ciência? E a que ciência ele se refere? Assim, surge a questão sobre qual a noção de sujeito e ciência Lacan fez referência nessa declaração, pois não basta apenas reproduzi-la fazendo dela um simples aforismo, porque o que aí se compreende como ciência e sujeito incide diretamente na constituição de uma práxis da psicanálise. A pesquisa começa com o estudo de Koyré sobre as origens e constituição do pensamento científico e por isso se vale da tese desse autor de que a ciência moderna é, na verdade, uma invenção medieval, tendo por base o aristotelismo e o platonismo medieval. Inicia-se com Koyré para então poder introduzir a discussão em Lacan sobre ciência e sujeito, bem como a relação entre o sujeito da ciência e o sujeito da psicanálise, ou do inconsciente.