NEGRA SÍ! NEGRA SOY! OS IMPACTOS DO ATIVISMO DIGITAL NEGRO-FEMINISTA NA AUTODEFINIÇÃO DE MULHERES NEGRAS
Imagens de Controle; Tecnologia; Negritude; Ativismo; Feminismo Negro;
Maceió.
O conceito de autodefinição está relacionado aos estereótipos atribuídos às mulheres negras, essas imagens de controle negativas buscam naturalizar às opressões interseccionais que atravessam nossas experiências. Autodefinir-se implica descartar essas imagens de controle estereotipadas que buscam objetificar e subalternizar. Busco através dessa dissertação compreender os impactos do ativismo digital negro-feminista nos processos de autodefinição de mulheres negras que acessam esses conteúdos. A pesquisa foi baseada em entrevistas semiestruturadas, nas quais mulheres negras, residentes em Maceió/AL me contaram sobre suas vivências e seus processos de autodefinição, ainda que não utilizem esse conceito. O conceito de interseccionalidade foi fundamental ao longo da pesquisa para considerar as especificidades e heterogeneidades das experiências relatadas. A análise dos dados de campo permitiu classificar os impactos gerados pelo acesso a esse tipo de ativismo em quatro categorias: autoestima, relacionamentos, conhecimento e consciência crítica. Além destas categorias, as noções de afeto, amor, coletividade e ancestralidade também foram acionadas pelas interlocutoras. No contexto brasileiro no qual imagens de controle e representações negativas acerca da negritude seguem sendo uma poderosa arma utilizada pelo racismo; o ativismo digital cumpre um papel fundamental, sobretudo para a educação e a construção de consciência crítica, que, por sua vez, leva à criação de autodefinições e a superação dessas imagens de controle.