Desenvolvimento de novos biomateriais PCL/Resíduo de própolis – Aproveitamento e valorização de subprodutos da apicultura
Própolis, Miscibilidade, Poli(ε-caprolactona), Membranas
Os resíduos extrativos de origem natural estão cada vez mais presentes no desenvolvimento de bioplásticos e melhoramentos de polímeros já conhecidos. A incorporação de propriedades ativas é um fator essencial na busca destes resíduos, pois na medida em que empregam utilidade a um recurso muitas vezes descartado oferece rentabilidade financeira aos detentores de tal material, uma vez que o descarte passa a opção. Este estudo teve por objetivo principal produzir membranas contendo resíduo extrativo de própolis, vermelha e verde, na concentração de 10, 25 e 50% em associação ao polímero Poli(ε-caprolactona). O método utilizado para a confecção foi mistura simples a quente com incorporação do resíduo, seguido de prensagem simples. Os resíduos foram caracterizados por FTIR e HPLC As membranas, por sua vez, foram caracterizadas por TG, MEV, FTIR, teste de degradabilidade e tração. Como resultado, percebeu-se que os resíduos, de acordo com a análise de FTIR e HPLC, ainda continham compostos relativamente importantes nas amostras, como muitos isoflavonoides com características relevantes na medicina. As membranas apresentaram picos de degradação equivalentes ao passo em que analisaram-se horas, dias e semanas. O resultado de MEV mostrou que, aparentemente, as membranas conseguiram ser miscíveis, indicando certa miscibilidade entre o polímero base e os resíduos. O teste de tração mostrou que embora a miscibilidade fosse realmente executada no processo de produção as membranas tornaram-se menos resistentes em relação ao polímero Poli(ε-caprolactona) isolado. Assim, foi possível preparar filmes contendo PCL cuja liberação de compostos flavonóides é facilitada, demonstrando assim a possibilidade de novas aplicações, agregando valor a um resíduo da indústria de própolis.