Co-terapia própolis vermelha de Alagoas e Glucantime®: avaliação clínica nas leishmanioses
Leishmaniose tegumentar, Leishmaniose visceral, Glucantime®, Própolis
A leishmaniose é uma doença negligenciada que segundo o agente etiológico pode se apresentar como Leishmaniose Tegumentar (LT) e visceral (LV). Para ambas a Organização Mundial de Saúde (OMS) preconiza o uso de antimoniais (no Brasil, o Glucantime®) como medicamento de primeira escolha, apesar de apresentar alguns inconvenientes, como longo período de tratamento, via de administração parenteral e incidência de efeitos colaterais. Daí a importância da busca por alternativas na quimioterapia das leishmanioses. Assim, o projeto tem por objetivo a investigação clínica da co-terapia, propólis vermelha de Alagoas PVA (administração oral) associada ao Glucantime® em pacientes portadores de LT e LV. O estudo foi dividido em dois grupos, controle (GE-LTA e GE-LVA) para pacientes de LT e LV em uso do Glucantime® e os pacientes que fizeram o uso da PVA em co-terapia com Glucantime® (GE-LTAB e GE-LVAB). Foram analisadas as variáveis: sexo, faixa etária, procedência, tempo de cicatrização das lesões, marcadores plasmáticos (AST e ALT) e biomarcadores da função renal (ureia e creatinina). Pacientes com LV foram avaliados os mesmos marcadores, biomarcadores, além dos marcadores hematológicos (hematócritos, leucócitos, linfócitos e plaquetas), redução do tamanho das vísceras, fígado e baço. O extrato de PVA foi previamente caracterizado de acordo com o Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). Foram admitidos no estudo 20 pacientes com LT, 70% do sexo masculino e maioria na faixa de 20 a 59 anos, procedentes da 3ª R.S. A cicatrização das lesões do grupo GE-LTAB se destacou por apresentar menor tempo de cicatrização quando comparado com o grupo controle. Os marcadores e biomarcadores, não apresentaram diferença entre os grupos. Os pacientes de LV, 75% eram do sexo masculino e a maioria eram menores de 20 anos, procedentes das 7ª e 8ª R.S. Os marcadores como ALT e AST, no grupo GE-LVA estavam alterados e no grupo GE-LVAB se manteve dentro da normalidade. Os biomarcadores não apresentaram diferença entre os grupos e o mesmo ocorreu com os marcadores hematológicos. A redução das vísceras foi maior no grupo GE-LVAB. Esse estudo mostrou redução mais acentuada das vísceras no grupo que fez uso da própolis.