A PRODUÇÃO DE SENTIDOS SOBRE A CULTURA DO CANCELAMENTO: UM
ESTUDO DA ARGUMENTAÇÃO EM TURMAS DA EDUCAÇÃO BÁSICA POR MEIO DA PRODUÇÃO E ANÁLISE DE PODCAST
Educação Básica. Argumentação. Análise do Discurso. Podcast. Escritoralidade.
A presente pesquisa investiga o processo de argumentação sobre a cultura do cancelamento e seus efeitos de sentidos em textos orais, por meio de podcast, produzidos pelos/as alunos/as de uma turma do Nono Ano do Ensino Fundamental de uma instituição da rede pública localizada na cidade de Arapiraca, estado de Alagoas. Discutiremos, inicialmente, sobre o que preconizam alguns dos principais documentos norteadores oficiais da Educação Básica para o ensino de Língua Portuguesa, a saber: a Base Nacional Comum Curricular (BRASIL, 2017) e os Parâmetros Curriculares Nacionais (BRASIL, 1998), bem como os manuais didáticos e teóricos que tratam sobre a argumentação e produção de textos nos espaços escolares, sobretudo, os multimodais e, de modo específico, o gênero discursivo podcast, mobilizando o conceito de textos digitais e escritoralidade. Para isso, dialogaremos com os seguintes autores: Koch (2011), Koch; Elias (2020), Gallo (2015; 2016; 2017), Piris (2021), entre outros. Em seguida, refletiremos sobre os efeitos de sentido produzidos pelos argumentos dos/as alunos/as considerando a temática trabalhada em sala de aula, a saber, a Cultura do Cancelamento. Para tanto, apoiaremos a nossa pesquisa nos pressupostos teóricos da Análise do Discurso (AD) a partir dos trabalhos de Orlandi (1998, 2017, 2020a, 2020b) e Dias (2018). Na presente pesquisa realizamos atividades em sequências didáticas nas quais os/as alunos/ alunas refletiram sobre temáticas sociais, especificamente, sobre a cultura do cancelamento e produziram discussões por meio de podcast. Como resultado dessa pesquisa-ação, compreendemos que os/as discentes produziram gestos de interpretação que desnaturalizaram as leituras tidas como estabilizadas e evidentes. Assim, contribuímos para que os/as alunos/alunas tivessem uma relação menos ingênua com a linguagem, compreendendo que a argumentação é pratica social, pois é também forma de significar o mundo e que tais formas de significação são, na verdade, tomadas de posição que têm implicações sobre a realidade com poder de reproduzi-la ou de transformá-la.