A crítica nietzschiana à noção de sujeito: um egoísmo sem ego
Nietzsche, subjetividade, egoísmo, si mesmo, moral.
O filósofo alemão Friedrich W. Nietzsche (1844-1900) estabelece um ponto de vista
bastante crítico a respeito da noção de subjetividade. Diante disso, o que nos interessa
investigar é como nosso filósofo diz que a ideia moderna de sujeito é uma ficção e
defende o egoísmo, ou seja, como ele defende um egoísmo sem ego. Para responder a
essa questão de modo a evidenciar a sua relevância para o contexto global do
pensamento de nosso autor, dividimos o texto em dois momentos. Em um primeiro
momento, destacamos a crítica nietzschiana acerca da moral. Tendo como chave
interpretativa lançar luz sobre a relevância do egoísmo em contrapartida a uma
moralidade que guia para um maior distanciamento de si mesmo. Em um segundo
momento, analisamos a proposta de uma outra noção de subjetividade e sua relação com
o egoísmo. Assim, no segundo capítulo elucidamos o entendimento nietzschiano acerca
da moral gregária como guia para o desconhecimento de si mesmo, a crítica a moral do
desinteresse (do “não-egoísmo”) e a moral como guia para certos tipos de vida
pulsional: reflexões acerca do egoísmo. Já no terceiro capítulo abordamos a
supervalorização da razão como um problema, a concepção de subjeito como ficção e,
por fim, a concepção nietzschiana de um egoísmo sem ego. Dentro desse percurso
evidenciamos que o egoísmo é inteiramente repensado pelo alemão em referência ao si
mesmo. A noção de si mesmo nos será muito cara, pois é em vista dele que o pensador
defende um egoísmo sem ego.