O rosto como via de acesso ao infinito e a ética em Emmanuel Levinas
O presente trabalho tem como objetivo analisar a temática do Rosto em Emmanuel Levinas. Temática esta que confere ao autor certa exclusividade, visto que não se tem precedentes na História, ao abordar-lha numa perspectiva filosófica de forma tão radical. A partir daí, temas inerentes ao filósofo, como infinito e ética, corroboram para a plenitude de nosso intento. Neste sentido, o itinerário levinasiano adquire uma característica nova centrada na figura do outro, dentro de uma perspectiva Ética – Metafísica – onde a epifania do rosto já reclama responsabilidade. Sendo um dos temas centrais na filosofia de Levinas, a responsabilidade por Outrem transcende a visada ontológica proposta pela tradição filosófica, que tem seu ápice em Heidegger, e inverte a dinâmica do ser, sensível às interpretações totalizadoras, propondo uma nova visada a partir da exterioridade com um significado ético. O outro que está aí, em sua exterioridade, enquanto ser entre os seres, é o diferente de mim, onde tudo posso a seu respeito, inclusive, negar-lhe o direito de existência. Contudo, é também aquele por quem eu não posso poder. Ou seja, não posso me furtar à responsabilidade que seu rosto exige. A radicalidade do pensamento de Levinas ultrapassa a condição imanente do ser e abre uma fissura no horizonte do ente, a ponto de desvelar a face de Outrem e, a partir daí, permear o horizonte do infinito. Neste sentido, nossa proposta converge com a dinâmica do pensamento levinasiano onde a ética é filosofia primeira e sua efetivação uma exigência imanente.