A TESE FUNCIONALISTA DE DANIEL DENNETT: A mente como um software rodando no cérebro
Cérebro. Dennett. Meme. Consciência. Mente.
Este projeto tem por finalidade examinar o problema da relação mente-cérebro – uma querela ontológica e milenar examinada hoje não só pela filosofia, mas também por outras áreas de pesquisas, tais como a neurociência, a ciência cognitiva e a inteligência artificial – sob a ótica do filósofo estadunidense Daniel C. Dennett. Tendo como embasamento o seu texto Consciousness Explained, de 1991, iremos seguir a trajetória que o levou a considerar a consciência com um ninho de memes, um pandemonium de ficções úteis. Veremos como, em seu pensamento, procura subjugar o dualismo cartesiano (e todo seu legado) nos apresentando um fisicalismo de dupla face, refletido na relação softwarehardware. Inicialmente, iremos abordar algumas interfaces que servem de valimentos para fundamentar o funcionalismo homuncular dennettiano. Em virtude disso, iremos realizar um breve exame sobre as pesquisas realizadas nas ciências cognitivas, na neurociência e na tese darwiniana sobre a evolução das espécies, bem como verificar como Dennett realiza um aproveitamento das descobertas nessas áreas. Além disso, analisaremos um recurso amplamente utilizado pelos filósofos na edificação de teorias – os chamados experimentos de pensamento. Na sequência, abordaremos três dos principais conceitos dennettiano na edificação de sua teoria da consciência, a saber: o método heterofenomenológico, o meme e os sistemas intencionais. Por fim, os reacionários à teoria de Dennett, segundo os quais destacamos John Searle e David Chalmers, serão objeto de estudo. Concluiremos nossa exposição com um exame da teoria da identidade de Dennett, o self. Ao que parece, o pensamento de Dan Dennett é um bom recurso introdutório para qualquer pesquisador que queira se aventurar nesse tema tão complexo que é a natureza da inteligência consciente