PPCM PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS MÉDICAS FACULDADE DE MEDICINA Telefone/Ramal: 32141857

Banca de QUALIFICAÇÃO: ARYANA ISABELLE DE ALMEIDA NEVES

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : ARYANA ISABELLE DE ALMEIDA NEVES
DATA : 15/06/2023
HORA: 09:00
LOCAL: FAMED
TÍTULO:

Avaliação da importância da sarcopenia associada à qualidade de vida e estresse oxidativo em portadores de doença hepática crônica


PALAVRAS-CHAVES:

Doença hepática crônica. sarcopenia. Extresse oxidativo. Qualidade de vida.


PÁGINAS: 35
RESUMO:

Responsável por síntese proteica, produção de bile, balanço glicídico, armazenamento de micronutrientes, produção de colesterol, desintoxicação e metabolismo de alguns hormônios, entre outras, o fígado desempenha papel de suma importância na homeostase do organismo. A agressão constante ao fígado por álcool, hepatites virais, doenças metabólicas e autoimune pode levar a danos irreversíveis, com comprometimento da função hepática. A história natural da doença hepática crônica é caracterizada por uma longa fase assintomática (silenciosa) ou compensada (VUILLELESSARD; RODRIGUES; BERZIGOTTI, 2021), que pode evoluir para a descompensação clínica, fase caracterizada pela manifestação sistêmica do dano hepático. Uma das principais consequências da doença hepática crônica avançada (DHCA) é a hipertensão portal, que é responsável pelas principais complicações na descompensação clínica que se manifesta com ascite, encefalopatia hepática e hemorragia digestiva por rutura das varizes esófago-gástricas. Após o primeiro episódio de descompensação a doença progride mais rapidamente, aumentando a morbimortalidade e o paciente deve ser avaliado quanto a possibilidade de transplante hepático (TxH). A transição de cirrose compensada para cirrose descompensada ocorre numa taxa de 5 a 7% ao ano (D’AMICO; GARCIA-TSAO; PAGLIARO, 2006) . A progressão da doença descompensada pode ser ainda mais acelerada pelo desenvolvimento de outras complicações como ressangramento, lesão renal aguda, com ou sem as características de síndrome hepatorrenal, síndrome hépato-pulmonar, hipertensão portopulmonar, cardiomiopatia cirrótica e infeções bacterianas (ANGELI et al., 2018). Os indivíduos com doença hepática crônica muitas vezes passam a ter restrições alimentares, inatividade física e restrições sociais. As restrições alimentares podem ocorrer tanto qualitativamente, com mudanças sem planejamentos adequados, como quantitativamente, por maior plenitude gástrica pela ascite. Há uma série de fatores que levam à desnutrição em pacientes com cirrose, que é difícil identificar à beira do leito, a menos que se manifeste fenotipicamente como fragilidade e/ou sarcopenia. Outros fatores associados a desnutrição ou independentes dela podem contribuir com a fragilidade e/ou sarcopenia, como inflamação sistêmica, desequilíbrio metabólico e inatividade física (LAI et al., 2021). A sarcopenia é definida como distúrbio muscular esquelético progressivo e generalizado associado a uma maior probabilidade de complicações, como quedas, fraturas, incapacidade e mortalidade, combinando massa e força muscular ou desempenho muscular (CRUZ-JENTOFT et al., 2019). Ela está presente em 30-70% dos cirróticos, e a sobrevida em pacientes com sarcopenia em 1, 3 e 5 anos é de 76,6%, 64,3% e 45,3%, respectivamente (TANTAI et al., 2022). Adicionalmente, a presença de sarcopenia se comporta como um fator preditivo pós transplante, resultando em maior rejeição do enxerto (MEEKS; MADILL, 2017). Na meta-análise publicada em 2021, TANTAI et al observaram maior mortalidade em todo espectro do Model for End-stage Liver Disease (MELD), enfatizaram a necessidade de triagem e tratamento da sarcopenia em todos os estágios da cirrose, para reduzir o risco de morte 2,34 vezes maior naqueles com MELD <15 e para prevenir o excesso de morte entre os pacientes com MELD mais elevado (≥15). Atualmente o padrão ouro de avaliação do índice de massa esquelética no cirrótico é a tomografia computadorizada (TC), porém com limitações (disponibilidade reduzida, alto custo e exposição a radiações) na prática clínica. Medidas de massa muscular que não sejam imagens de corte transversal, como na TC, foram estudadas em pacientes com cirrose. A avaliação da massa livre de gordura por análise de bioimpedância elétrica (BIA), incluindo BIA segmentar, mostrou uma correlação modesta com a massa muscular e está associada à mortalidade em pacientes com cirrose. A retenção de líquidos afeta a confiabilidade das estimativas de massa corporal magra por BIA. A medida do ângulo de fase pela bioimpedância elétrica tem boa confiabilidade nesses pacientes, mesmo naqueles com ascite (LAI et al., 2021). O fígado é um órgão vital que é mais frequentemente atacado por espécies oxidativas reativas (EROs), o que acaba resultando em estresse oxidativo devido à sua alta camada de gordura. As células do parênquima do fígado são o alvo primário para o ataque de espécie reativa de oxigênio (EROS), levando à lesão hepática. Os micromomes e peroxissomos no fígado, consequentemente, levam ao excesso de produção de EROS pela regulação do PPAR ÿ. Da mesma forma, poucas células são mais propensas à lesão oxidativa, que inclui células de Kupffer, células estreladas hepáticas e células endoteliais. Geralmente, a superprodução de EROS leva à ativação de uma série de citocinas, como o fator de necrose tumoral (TNF), que aumenta a inflamação e a apoptose. A produção excessiva de EROS leva à peroxidação lipídica que, em última análise, desencadeia a proliferação e a síntese de colágeno das células estreladas hepáticas. Correspondentemente, a homeostase da célula também será perturbada devido à produção excedente de EROS, que desempenha um papel importante na doença hepática e outros distúrbios degenerativos (SMILIN BELL ASEERVATHAM; ARUL ANANTH; SIVASUDHA, 2018). As células hepáticas adquirem uma série de mecanismos de equilíbrio para lidar com uma quantidade excessiva dessas espécies reativas e de seus produtos finais por meio de antioxidantes enzimático, como superóxido dismutase (SOD) (SMILIN BELL ASEERVATHAM; ARUL ANANTH; SIVASUDHA, 2018). O estresse oxidativo – definido como um desequilíbrio entre os agentes próoxidantes e os antioxidantes em favor dos primeiros –, correlaciona-se positivamente com o aumento da síntese de colágeno hepático e, consequentemente, progressão do tecido fibrótico e assim da doença hepática (GALICIA-MORENO; ROSIQUE-ORAMAS; MEDINA-AVILA; ALVAREZ-TORRES et al., 2016) e está elevado em pacientes a espera do TxH (AYDIN; DIRIK; DEMIR; TOLUNAY et al., 2021). Independente da etiologia da doença hepática, os pacientes apresentam comprometimento da qualidade de vida. Isso está associado a progressão da doença, presença de sintomas, resposta ao tratamento e fatores mentais, físicos e sociais, como ansiedade, comorbidades e fadiga, além de limitações na vida diária, incluindo solidão, baixa renda, estigmatização e custos do tratamento (GRØNKJÆR; LAURIDSEN, 2021). Não foram encontrados estudos na literatura vigente que avaliassem a magnitude do estresse oxidativo segundo o comprometimento muscular e a qualidade de vida em pacientes candidatos a TxH, quando comparados a pacientes com doença hepática crônica avançada, com hipertensão portal, mas com MELD< 15.


MEMBROS DA BANCA:
Interno(a) - 1137473 - CLAUDIO TORRES DE MIRANDA
Presidente - 4364569 - FABIANA ANDREA MOURA
Externo(a) ao Programa - 1727406 - JOAO ARAUJO BARROS NETO
Externo(a) à Instituição - LEILA MARIA SOARES TOJAL DE BARROS LIMA
Notícia cadastrada em: 16/05/2023 09:10
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