Níveis de hemoglobina e risco de sarcopenia em pacientes em tratamento
hemodialítico no agreste de Alagoas
hemodiálise, sarcopenia, níveis de hemoglobina.
Introdução: A anemia na Doença Renal Crônica (DRC) decorre da produção insuficiente de
eritropoietina pelo rim e das alterações metabólicas urêmicas características. O quadro
anêmico crônico gera diminuição da nutrição e oxigenação do tecido muscular, alterando sua
funcionalidade e contribuindo para a sarcopenia, que pode piorar a qualidade de vida e
aumentar a morbimortalidade, tornando a detecção precoce fundamental para o início das
intervenções. Objetivos: Identificar se níveis de hemoglobina associam-se a risco de
sarcopenia em pacientes portadores de doença renal crônica em tratamento hemodialítico no
agreste de Alagoas. Métodos: Estudo analítico do tipo transversal com indivíduos com idade
superior a 18 anos portadores de DRC em hemodiálise no Serviço de hemodiálise do Hospital
Regional Santa Rita (HRSR) na cidade de Palmeira dos Índios e no Núcleo de Hemodiálise e
Hipertensão Arterial Antonieta Barreto do Centro Hospitalar Manoel André (CHAMA) na
cidade de Arapiraca. O estudo foi realizado em duas etapas: coleta de dados em prontuários
(socioeconômico, demográfico e clínicos), seguido da aplicação de questionários
(questionário socioeconômico, demográfico, SARC-F e SARC-FP), avaliação nutricional e
bioquímica. Os dados foram tabulados no pacote Excel® 2010 e processados Software IBM
SPSS (Statistical Package for the Social Sciences) versão 26. As associações foram feitas de
acordo com o teste Qui-quadrado de Pearson. Resultados: Foram incluídos no estudo 230
participantes, em sua maioria idosos (55,7%), do sexo masculino (50,4%), analfabetos ou
possuindo ensino fundamental incompleto (63,9%) e renda familiar inferior a dois salários
mínimos (91,3%). Predominantemente diabéticos (74,8%) com risco de sarcopenia superior a
50%. O Índice de Massa Corporal indicou eutrofia, em 55,2% da amostra, seguido por
desnutrição (32,6%) e sobrepeso/obesidade (12,2%). Circunferência do braço e circunferência
da panturrilha indicaram desnutrição em mais de 50% da amostra. A hemoglobina apresentou
valores médios de (10,4±0,12), hematócrito 32,14% (±0,33), creatinina, fósforo, potássio,
cálcio, uréia pré-diálise, ureia pós-diálise respectivamente: (9,95±0,15), (5,11±0,09),
(5,19±0,09), (7,46±0,10), (134,51±1,99) e (39,55±1,13). O risco de sarcopenia associou-se
positivamente com o Índice de Massa Corporal (p=0,008) e com o índice KTV (p=0,04).
Conclusão: Apesar de os níveis de hemoglobina não apresentarem significância estatística
com o risco de sarcopenia, grande parte dos pacientes apresentaram baixos níveis de
hemoglobina. A limitação dos instrumentos utilizados para rastreamento do risco de
sarcopenia deve ser levado em consideração. Por outro lado, variáveis como IMC e KTV
apresentaram associações estatisticamente significantes ao serem analisadas com risco de
sarcopenia. O fator socioeconômico da região apresentou-se como potencial influenciador do
perfil encontrado no estudo, indicando a necessidade de estratégias e políticas públicas
adequadas resultando em diminuição de gastos públicos envolvendo o tratamento dos
indivíduos visto que o estado de Alagoas apresenta precária condição socioeconômica.