Relação entre violência doméstica e tentativa de suicídio entre as mulheres
Violência doméstica. Tentativa de suicidio. Mulheres
A violência contra mulher é um grave problema de saúde pública global, particularmente no
Brasil são elevados e crescentes os casos de agressão doméstica contra mulheres sobretudo
após a Pandemia de Covid 19, desde a infância a vida adulta, essa violência acarreta uma série
de alterações físicas e transtornos mentais que favorecem a ideação e consequente tentativas
de suícidio. É necessário o estudo dos fatores predisponentes e sintomas mais relacionados a
essas tentativas para que ações objetivas voltadas ao impedimento sejam tomadas e
efetivadas. Grande parte das tentativas de suicídio não chegam a ser atendidas em serviços de
saúde e estima-se que antes da consumação do fato letal uma pessoa realize tentativas
anteriores, nas mulheres as tentativas são mais frequentes e isso se justifica pelo uso de
métodos menos letais, enquanto homens utilizam métodos mais invasivos e destrutivos, as
tentativas podem ser prevenidas se bem abordadas, para isso são necessários dados
aprofundados sobre fatores envolvidos já que a maioria não é ao menos notificada, registro
que segunda a Portaria nº 204 do Ministério da Saúde deveria ser feito em até 24h. Este
estudo busca entender e relacionar as tentativas de suicídio que envolvem pacientes atendidas
no maior hospital público de emergência do estado de Alagoas com a violência doméstica. As
pacientes acima de 18 anos de idade atendidas no serviço de urgência com entrada devido a
lesão autoprovocada por tentativa de suicídio serão entrevistadas, primeiramente um
questionário sociodemográficos e escala de dor psicológica, posteriormente a escala WAST
validada para rastreamento de violência doméstica em mulheres, as pacientes que acentirem
serão seguidas no Hospital Universitário contando com atendimento psiquiátrico e psicológico,
além disso elas serão acompanhadas por meio de teleatendimentos realizados pelos
pesquisadores semanalmente, quinzenalmente, mensalmente e trimestralmente. Entre março
e julho de 2022 foram abordadas 4 mulheres (50% da amostra total), todas não possuem
companheiro, todas têm filhos (de 2 a 3 filhos) por mulher e todas têm o ensino fundamental
incompleto, 85% não branca, metade inativa laboralmente, renda familiar variou de 400 a
2400 os métodos utilizados foram queimadura e lesão por arma branca, a idade média foi
43,25 variando de 24 a 60 anos, uma referiu planejamento prévio; a escala de Dor Psicológica
demonstrou alto grau de sofrimento indicado por elevados escores 44,75, maior que o geral
43,85 [±8,68]. Os dados revelam as dificuldades de rastreio, prevenção e tratamento dessas
mulheres visto que nenhuma permaneceu no estudo, não sendo possível a aplicação do
questionário WAST e posterior acompanhamento.