Inter-relação do perfil nutricional, risco de sarcopenia, capacidade funcional e inflamação na doença renal crônica
Doença renal crônica, sarcopenia, perfl nutricional
A doença renal crônica (DRC) é uma condição em que ocorre a perda progressiva da função dos rins, levando a complicações e impactando a qualidade de vida dos pacientes. A elevação global no número de casos de DRC tem levado ao aumento de hemodiálise (HD). No entanto, a HD está associada a complicações, como distúrbios nutricionais e inflamação crônica. Sabendo disso, o presente estudo objetivou avaliar a inter-relação entre o perfil nutricional, risco de sarcopenia, capacidade funcional e inflamação, a fim de identificar grupos de pacientes mais vulneráveis a essas associações. Trata-se de estudo transversal que foi realizado com pacientes em hemodiálise nos centros de nefrologia do Hospital Veredas, UNIRIM do Hospital Memorial Arthur Ramos e UNIRIM do Hospital do Coração. O trabalho foi dividido em três etapas, sendo: 1ª aplicação de questionários socioeconômicos e coleta de dados em prontuários; 2ª avaliação nutricional, incluindo antropometria e testes para avaliar capacidade funcional; 3ª coleta de sangue e mensuração de citocinas inflamatórias. A amostra inicial foi de 148 participantes, onde a maioria eram adultos (52,7%) e os demais idosos, com médias de idade de aproximadamente 46,6 anos e 70,45 anos, respectivamente. Em relação ao IMC, 41,7% dos participantes tinham excesso de peso, enquanto 16,7% apresentavam baixo peso. Observou-se baixa força em 9% da amostra e baixa velocidade em 16,8%. O risco de sarcopenia pelo SARC-F foi observado em 31% dos participantes, enquanto que pelo SARC-f+CC foi 33%. Os parâmetros inflamatórios IL-6 e TNF-α foram detectados em 82,3% e 49,6% dos participantes, respectivamente. A diálise foi considerada inadequada em 19,4% dos participantes. A média de Kt/V foi melhor nos adultos em comparação com os idosos. Observou-se que baixo peso (n=4; 23,5%) e eutrofia (n=10; 58,8%) apresentaram velocidade de marcha pior que os pacientes com excesso de peso (n=3; 17,7%). O risco de sarcopenia pelo SARC-F apresentou-se igual nos pacientes com excesso de peso (n=9; 47,4%) e nos pacientes com eutrofia (n=9; 47,4%), enquanto que os pacientes com baixo peso só representaram 5,2% (n=1). Ao utilizar o SARC-F+CC, mais pacientes eutróficos foram classificados com risco (n=16; 53,3%), seguido de excesso de peso (n=16; 33,3%), e baixo peso (n=4; 13,4%). Esses achados podem auxiliar na formulação de estratégias terapêuticas mais direcionadas e efetivas para cuidar desse grupo de pacientes.