O ENSINO DA EDUCAÇÃO FÍSICA NO CURRÍCULO DA EDUCAÇÃO BÁSICA NAS ESCOLAS DO/NO CAMPO NO TERRITORIO DO AGRESTE DE ALAGOAS
Ensino da Cultura corporal; Educação do Campo; Projeto Político Pedagogico; Currículo
O presente trabalho, que tem como objeto de estudo o ensino da Educação Física no currículo da educação básica nas escolas do/no campo no território do Agreste de Alagoas, insere-se na linha de pesquisa práticas pedagógicas e ensino, do Programa de Pós-graduação strictu sensu em Ensino e Formação de Professores – PPGEFOP –, da Universidade Federal de Alagoas – UFAL, Campus Arapiraca. A problematização está delimitada a escolas “do” e “no” campo que, além de estarem sofrendo processos de fechamento, existem indicadores de negação de conteúdos clássicos nos currículos escolares. A hipótese que levantamos é que os currículos das escolas do/no campo no Agreste de Alagoas conformam uma educação que nega conteúdos escolares, e está moldada por diretrizes curriculares referenciadas nas pedagogias do “aprender a aprender”, na pedagogia das competências, na abordagem da “aptidão física e saúde”, que buscam a preparação dos indivíduos exclusivamente para atuarem no mercado de trabalho, desconsiderando o acesso aos conhecimentos clássicos produzidos historicamente pela humanidade e que possibilitam o pleno desenvolvimento das capacidades humanas. O problema do estudo diz respeito ao ensino de conteúdos clássicos de artes, filosofia e ciências, que estão sendo negados nas escolas em geral e, em particular, nas escolas do campo, dentre eles, os conteúdos da cultura corporal. As questões a serem respondidas foram as seguintes: (a) Quantas e quais são as escolas do/no campo no Agreste alagoano? (b) Quais são as diretrizes curriculares nacionais, estaduais e municipais que orientam os currículos escolares? (c) Quais as teorias pedagógicas que subsidiam tais diretrizes, quais os limites e quais as possibilidades superadoras a partir da pedagogia histórico-crítica e da abordagem crítico-superadora do ensino da Educação Física? O objetivo geral foi analisar como está organizado o ensino da Educação Física nos documentos que norteiam o currículo da Educação Básica nas escolas do/no campo, no Agreste de Alagoas. Decorreram desse objetivo geral os seguintes objetivos específicos: I- Identificar as tendências pedagógicas da Educação e da Educação Física que fundamentam os currículos das escolas do/no campo, no Agreste de Alagoas; II- Discutir sobre as concepções de currículo, de escola, de sociedade e de sujeito presentes nas diretrizes curriculares nacionais, estaduais e municipais; III- Verificar como estão expostos os conteúdos programáticos de ensino da Educação Física nos documentos analisados. A pesquisa caracteriza-se como uma pesquisa documental, bibliográfica com análise de conteúdoe busca explicar a realidade a partir de critérios rigorosos de cientificidade, partindo da aparência do fenômeno até atingir seu estágio de desenvolvimento mais avançado. Como procedimento científico de delimitação de fontes para a coleta de dados, utilizamos como critérios de inclusão: a) os municípios que possuem Referenciais Curriculares; b) as escolas do/no campo que concentram os anos finais do Ensino Fundamental. Excluíram-se, portanto, da pesquisa as escolas de Ensino Fundamental (anos iniciais), bem como, as que estão localizadas na zona urbana. Considerando os critérios mencionados, constatamos que, dentre os 14 (quatorze) municípios que compõem o Território do Agreste de Alagoas, apenas a rede de ensino pública de São Sebastião possui referencial curricular, sobre a qual está delimitada espacialmente nossa pesquisa. As diretrizes mencionadas nos Projetos Políticos Pedagógicos são as diretrizes oficiais de governos e que apresentam indicadores de rebaixamento teórico pela negação de conhecimentos. são as seguintes. Quanto a teoria pedagógica e as abordagens do ensino da Educação Física constatamos um ecletismo teórico que se expressa tanto nos argumentos quanto no conteúdo e na forma indicada de tratamento deste conteúdo. Concluímos destacando a necessidade da formação continuada dos professores com a referência em teorias críticas para planejar os projetos políticos pedagógicos da escola.