Educação protagonizadora através da proposição de jogos em ensino de química por professores em formação na cidade de Arapiraca-AL
Educação protagonizadora;Ensino de química;Formação docente; Práticas pedagógicas; Proposição de jogos
O processo de ensino-aprendizagem de química, ofertado na educação básica, não está condizente com o perfil do discente pós-polipandemia de Covid-19. Um recurso plausível para tanto, é a utilização de jogos e atividades lúdicas para ensinar química. Evidenciamos, que tal mudança deve começar na formação inicial de professores, com o uso de práticas, fundamentação e criticidade, que diversifique as práticas transmissivas em vigência. Logo, essa dissertação de mestrado se apresenta por múltiplos artigos. Seu objetivo é apresentar e discutir um modelo de educação protagonizadora através da proposição de jogos em ensino de química por professores em formação na cidade de Arapiraca-AL. Esta pesquisa é qualitativa, do tipo estudo de caso e teve sua metodologia diversificada pela triangulação dos dados, do método, dos pesquisadores e das hipóteses. Para além da proposição de capítulos teóricos e aplicações em sala de aula, no cerne desta dissertação, foi realizada uma análise do conteúdo através da sondagem via questionário e da aplicação de uma situação de ensino visando a proposição de jogos por um grupo de 13 (treze) professores de química em formação, da UFAL-Arapiraca. Os resultados apontaram que a Cultura Lúdica Discente dos participantes não diverge mesmo em distinção de moradia, raça e classe social; porém, houve divergência em relação aos gêneros e faixas-etárias. Pela perspectiva piagetiana, notou-se que os homens são jogadores permanentes na fase da infância, da adolescência e na vida adulta; além de jogos unissex, brincavam na infância com jogos que levam para a vida: carrinho, futebol, moto, etc.; diminuindo-se gradativamente a variedade de jogos com o tempo. Já as mulheres, não se mostraram como jogadoras permanentes; mesmo com jogos unissex, elas brincavam na infância com jogos que recordava a vida doméstica: boneca, casinha, comidinha, etc.; e deixaram de jogar na adolescência, para estudar e cumprir tarefas domésticas. Já o único representante da comunidade LGBTQIA+, um homem cis gay, é jogador permanente; jogava jogos unissex na infância, mas com intersecção nos jogos de homens e mulheres: ursos de pelúcias; e a partir de sua aceitação sexual, abandonou os jogos coletivos, limitando-se aos digitais. Já em relação a proposição de jogos: foi evidenciado a carência de práticas de proposição de jogos no curso de química da UFAL, notou-se que os licenciandos propõe com base em sua cultura lúdica e que, aqueles que são jogadores permanentes tiveram maior facilidade ao propor um jogo ressignificado ou autoral. Conclui-se que: professores em formação tendem a ensinar do mesmo modo como costumam aprender, que o contato na formação inicial com práticas lúdicas e protagonizadoras é um reforço para sua perpetuação na rede básica, que jogos apresentam um caráter de não exclusão social, que a segregação de jogos em relação a gênero é uma questão de poder social e que carece de mais estudos.