BRINCAR COMO PRÁTICA DE LIBERDADE: A HUMANIZAÇÃO FREIREANA PERMEANDO AS INFÂNCIAS
Crianças; Educação Infantil; Prática Pedagógica; Humanização; Paulo Freire.
Este trabalho tem como propósito investigar os desafios e as possibilidades da pedagogia freireana na construção de práticas pedagógicas brincantes na Educação Infantil. A metodologia utilizada para a realização dessa pesquisa tem caráter qualitativo, a qual foi organizada em duas fases: a primeira de caráter teórico, em que foi possível construir, a partir de estudos bibliográficos, articulações entre a pedagogia freireana e os estudos da infância. E a segunda, de caráter empírico, em que, a partir de um curso formativo remoto e presencial realizado em uma escola do campo, foi possível implementar o processo de Investigação Temática para localização de problemas vivenciados pela comunidade, servindo como ponto de partida para elaboração de propostas pedagógicas para turma de Educação Infantil. Esse curso envolveu a participação de educadoras, gestora e crianças, assim como também moradores locais e representantes do MST, o qual foi estruturado em três fases: 1) Levantamento de situações problemáticas, análise e definição do Tema Gerador, denominado: “Terra sem água não produz: a água do rio São Francisco tão perto e ao mesmo tempo tão distante”; 2) Planejamento das atividades pedagógicas com base nos três Momentos Pedagógicos (3MP), envolvendo a ludicidade e a participação infantil; 3) Organização para implementação das propostas pedagógicas, sintetizada no Caderno de Atividades “Conhecendo a terra que eu existo!”. As informações foram obtidas na forma de vídeogravações, grupos no WhatsApp, diários de campo, produções das crianças, observação participante, e analisados pela Análise Textual Discursiva (MORAES e GALIAZZI, 2011). Os resultados evidenciaram que é possível construir um currículo escolar, em favor da vida, a partir de problemáticas que fazem parte da realidade concreta das crianças, por traduzirem situações limites vivenciadas pela comunidade local, a exemplo do acesso desigual ao recurso natural “água”, desemprego, desinformação, ausência de políticas públicas, ausência de atenção primária à Saúde e a Educação, entre outros. Sendo assim, a humanização e a liberdade no trabalho para/com as crianças surgem com a escuta, com a relação respeitosa entre educador-educando, com acolhimento e pertencimento individual e coletivo, com o direito às experiências brincantes, interativas e significativas no espaço escolar, que são fomentadas com a proposta da construção de um currículo arquitetado por meio de Temas Geradores.