ANÁLISE MULTIVARIADA NA PELETIZAÇÃO DE SEMENTES DE ALFACE COM MATERIAIS ADESIVOS, RECOBRIMENTOS E EMBALAGENS DE ARMAZENAMENTO
casca de sururu, hortaliças, péletes, pó de rocha.
A alface (Lactuca sativa L.) pertence à família Asteraceae, destaca-se como a hortaliça mais consumida globalmente, com expressiva relevância social e econômica. As sementes de hortaliças apresentam características que dificultam sua manipulação, como formas irregulares, tamanhos pequenos e massa reduzida, o que prejudica a individualização durante a semeadura. A peletização de sementes surge como uma solução eficiente, consistindo no revestimento das mesmas com materiais secos e inertes, geralmente de granulometria fina. Podem ser denominados como enchimentos, agentes aderentes ou de recobrimento, e cimentantes que sejam não fitotóxicos e solúveis em água. Esse processo tem como objetivos principais proteger as sementes contra pragas e doenças, modificar seu formato e tamanho para facilitar o manuseio, especialmente no caso de sementes pequenas e rugosas, e promover uniformidade na semeadura direta. A peletização é uma tecnologia em ascensão, pois agrega valor às sementes e atende às demandas de um mercado competitivo e exigente. Portanto, é importante estabelecer uma interação e granulometria adequadas entre os materiais, considerando a proporção ideal dos ingredientes. O presente estudo teve como objetivo avaliar a combinação de materiais de recobrimento e adesivos na qualidade fisiológica de sementes de alface peletizadas, considerando os tipos de embalagens e armazenamento. Foi conduzido no Laboratório de Fitotecnia pertencente ao Campus de Engenharias e Ciências Agrárias da Universidade Federal de Alagoas. Para confecção dos péletes, foram utilizados como agentes de recobrimento, pó de rocha dos tipos MB4, Ekosil, BTgran e o pó da casca de sururu, e como agentes adesivos cola à base de acetato de polivinila (cola PVA); açúcar e farinha de trigo (cola FTA) e fécula de mandioca (goma). As sementes peletizadas foram colocadas para germinar em caixas plásticas transparentes do tipo gerbox, sendo entre papel germitest e colocadas em câmara de germinação regulada a 20°C. Foram utilizadas 100 sementes por tratamento, sendo quatro repetições, 25 sementes por repetição. Foi adotado o delineamento experimental inteiramente casualizado (DIC). Posteriormente foi realizada a análise do potencial fisiológico das sementes através do armazenamento por seis meses em ambiente refrigerado e três embalagens (vidro, papel tipo "Kraft", plástica à vácuo). As análises das sementes foram realizadas ao final do sexto mês. A primeira contagem foi realizada a partir do quarto dia após a semeadura, sendo contabilizada diariamente, durante sete dias. As variáveis analisadas foram primeira contagem de germinação; germinação; índice de velocidade de germinação; tempo médio de germinação; velocidade média de germinação; incerteza e sincronia de germinação; comprimento e massa seca de plântulas. Todas as análises estatísticas foram realizadas pelo programa PAST. Os dados foram submetidos à análise de variância (ANAVA) e de componentes principais (PCA), quando houve significância do teste F, as médias foram comparadas em esquema fatorial pelo teste de Tukey a 1% de probabilidade, e quando preciso foi usado o teste de Dunnett. Com base nas variáveis analisadas, o agente de recobrimento BTgran com o agente adesivo cola PVA obteve os melhores resultados. Desta forma, esta interação foi escolhida para ser submetida ao armazenamento, fazendo a contraposição com as sementes nuas. A peletização de sementes apresenta potencial para melhorar o desempenho germinativo, mas os materiais utilizados como agentes de recobrimento e adesivos, devem ser cuidadosamente selecionados. Para a peletização, o BTgran associado com a cola PVA, são materiais promissores para melhorar a qualidade e desenvolvimento inicial das plântulas de sementes de alface. A embalagem de vidro preservou a integridade das sementes peletizadas de alface.