CARBONO ORGANICO DO SOLO EM AGREGADOS DE UM CAMBISSOLO EM SISTEMAS DE INTEGRAÇÃO PECUÁRIA-FLORESTA (IPF) NO SEMIÁRIDO DO CEARÁ
Agregados do solo; Estoque de C; Estrutura do solo; Mudança no uso da terra; Semiárido; Sistemas integrados.
A região do semiárido do brasileiro ocupa cerca de 1.300 milhões de km2, representando 15% do território brasileiro, sendo, portanto, um dos semiáridos mais populosos do mundo. É importante ressaltar que um dos problemas dessa região é o uso de sistemas agrícolas tradicionais (agricultura e pastagem), principalmente por pequenos agricultores que adotam práticas inadequadas de manejo do solo, bem como o desmatamento indiscriminado da vegetação nativa (VN), o qual se apresenta basicamente estagnada no que se refere a produtividade agropecuária. Contudo, a intensificação de práticas indevida na agricultura e a exploração da VN contribuem para a degradação do solo, somando-se a alteração na estrutura do solo, por sua vez, causando a destruição dos agregados do solo, ocasionando a redução da proteção física da matéria orgânica resultando na perda do carbono orgânico do solo (COS). Diante desse cenário, diferentes práticas de manejo na agricultura têm sido estudadas e adotadas como alternativas para melhorar as condições do solo no semiárido brasileiro. Entre essas alternativas, estão os sistemas integrados que tem se destacado como estratégias para promover melhorias no solo, proporcionando uma sustentabilidade na agricultura e o aumento da produtividade, além de minimizar as emissões dos gases de efeito estufa (GEE). Baseado nisso, o objetivo com este trabalho foi avaliar os efeitos da adoção dos sistemas integrados pecuária-floresta (IPF) em diferentes arranjos de espaçamentos e profundidade com a implementação de diversas culturas por meio dos agregados do solo e o potencial de acúmulo do COS associados aos agregados, tendo como referência a VN, no semiárido brasileiro. O estudo foi conduzido na Unidade de Ensino, Pesquisa e Extensão do IFCE do Ceará, Campus Limoeiro do Norte. Os sistemas avaliados consistiram em seis áreas, os tratamentos analisados foram em quatro áreas cultivadas: sorgo, palma forrageira, capim massai e capim buffel, implantadas entre faixas de vegetação nativa (FxVN) com diferentes espaçamentos (7m, 14m, 28m). A área adjacente da VN (Caatinga) foi utilizada como referência. As amostras de solo foram coletadas até profundidades de 0-50 cm. Foi avaliada a distribuição de agregados estáveis em água considerando as seguintes classes de diâmetros: macroagregados (>2,00mm), mesoagregados (2,00 - 0,25mm) e microagregados (0,25 - 0,05mm). Foram calculados os DMP, DMG, IEA e o IS, além do COS associados aos agregados. Este estudo compreende dois capítulos. No Capítulo 1, as análises de estabilidade de agregados nos espaçamentos de 7m, 14m e 28m, mostraram diferenças significativas entre os sistemas IPF quando comparado com a VN. A distribuição das classes de agregados indicou predominância: mesoagregados, seguida dos macroagregados, e por fim dos microagregados, independentemente do uso da terra e das camadas avaliadas. Na camada de 0-10cm, o espaçamento de 28m demostrou maior estabilidade na distribuição dos macroagregados em comparação com VN, especialmente para os capins massai e buffel e o sorgo. O DMP e o DMG mostraram resultados semelhantes entre os sistemas e a VN. O IS apresentou aumento na estabilidade de agregados na camada de 30-50 cm. No capítulo 2, os resultados mostraram que o solo sob a VN apresentou maior incremento de COS na classe dos mesoagregados ao longo de todo o perfil do solo para o espaçamento de 28m, quando comparado com os demais sistemas de cultivos. Para o espaçamento de 7m, apenas a VN nas camadas de 0-10cm e 30-50 cm apresentaram maior estoque de COS do que os demais sistemas analisados.