Dinâmica e estoque de carbono do solo em pinha (Annona squamosa L.) irrigada sob diversos manejos da matéria orgânica
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O solo é um dos grandes compartimentos de carbono quando consideramos os estoques globais. Desempenha papel fundamental no ciclo biogeoquímico do carbono, e pequenas mudanças em seus estoques de carbono pode impactar fortemente nos níveis dos gases de efeito estufa na atmosfera contribuindo para o aquecimento global e mudanças climáticas. Desenvolver sistemas de produção agrícola sustentáveis em regiões tropicais seca é um grande desafio tendo em vista possuírem baixa produção primária líquida, em função principalmente dos seus índices de precipitação. O presente trabalho visa a realização de uma revisão sistemática de escopo com meta-análise sobre os estoques de carbono orgânico do solo em regiões tropicais secas e os processos mais importantes que dirigem a dinâmica do carbono do solo. Definiu-se então os termos de busca, para em seguida usá-los em três bases de dados (Web of Science, Scopus e CABI). Foram recuperados 1279 trabalhos no total. A plataforma online RAYYAN foi usada para retirada de trabalhos em duplicas (170) e leitura de título e resumo (1069). Após as etapas de triagem foram selecionados 60 trabalhos, os quais foram lidos na íntegra, o que gerou a eliminação dos 17 artigos. Enfim chegou-se a 43 artigos os quais foram usados para construção da revisão de escopo. Também foram extraídas informações dos artigos, tais como, autor e ano, estoque de carbono, tipo de uso da terra, teores de areia, silte e argila, tempo do estudo, precipitação, temperatura, altitude, método de análise do carbono, correção de massa de solo e desvio padrão. Os estudos apresentaram o seguinte perfil: os trabalhos se concentraram principalmente no Brasil, especificamente na região Nordeste, com quase metade dos trabalhos (21) e alguns países da áfrica subsaariana. Foram identificados 17 classes de solo, com concentração entre três classes, arenosol, luvisol e acrisol. Quanto ao método para determinação do teor de carbono orgânico do solo, entre oxidação úmida ou seca, foi praticamente (50%) para cada método. Os estudos revelaram a importância da vegetação na dinâmica e acúmulo de carbono no solo de regiões tropicais secas, não só na quantidade, mas também na qualidade da matéria orgânica. Exsudados de raízes determinam a distribuição de carbono em perfis mais profundos do solo e pode ativar atividade microbiana. Em geral, conversões de área nativa para agricultura ou pastagem levam perdas de carbono do solo, especialmente nos primeiros anos após a conversão. A textura do solo influencia os estoques de carbono tendo em vista que em regiões secas os solos apresentam solo arenosos com baixo teor de argila, a qual é fundamental na proteção pela formação de complexos organominerais. As altas temperaturas de regiões áridas e semiárida tem influência sobre a aceleração da decomposição dificultando a proteção e acúmulo de carbono no solo. E por fim, os estudos mostram, que o modelo de uso do solo pode determinar se o solo será um emissor ou um sequestrador de carbono. Práticas conservacionistas do solo mostra como é possível restaurar a matéria orgânica e a fertilidade dos solo.