Dinâmica populacional e manejo de Aleurodicus pseudugesii Martin, 2008 (Hemiptera: Sternorrhyncha: Aleyrodidae) e seus inimigos naturais em Cocos nucifera L.
Flutuação populacional, Controle Químico, Controle biológico, Controle legislativo.
Ataques severos à cultura do coqueiro Cocos nucifera L. (Arecaceae) pela mosca-branca Aleurodicus pseudugesii Martin, 2008 (Hemiptera: Sternorrhyncha: Aleyrodidae) têm sido relatados em alguns municípios da região Nordeste do Brasil. Devido à recente identificação da espécie, ausência de métodos de controle e sua grande importância como praga na cocoicultura brasileira, há necessidade de se criar estratégias de manejo que associem o uso de compostos químicos e inimigos naturais, associadas à implementação de políticas fitossanitárias para a mitigação da praga. Portanto, o presente estudo teve como objetivo desenvolver estratégias de controle de A. pseudugesii na cultura do coco. Os trabalhos de campo foram realizados em área de plantio comercial de coqueiro gigante, localizada no município de Marechal Deodoro – AL. Os experimentos laboratoriais foram conduzidos no Laboratório de Entomologia da Unidade de Execução de Pesquisa da Embrapa Tabuleiros Costeiros, Rio Largo – AL. Para a verificação da flutuação populacional, mensalmente, foram selecionadas de forma aleatória 10 plantas em área de produção e, para cada planta, foram coletados 10 folíolos. Foram contabilizadas as infestações de ovos e ninfas da mosca-branca. Para o monitoramento dos adultos, foram instaladas aleatoriamente 10 armadilhas adesivas amarelas, a uma altura de 1,5 m do solo e realizada a contagem de indivíduos e troca da armadilha quinzenalmente. Para determinação de toxicidade de inseticidas sobre ovos e ninfas, serão realizados testes com concentrações que resultarem entre 0 e 100% de mortalidade de A. pseudugesii nos testes preliminares. Para cada fase do desenvolvimento, haverá 10 repetições para cada concentração, incluindo o controle. Para o controle de A. pseudugesii com entomopatógenos, serão utilizadas concentrações variadas de suspensões de Beauveria bassiana. Os testes levarão em consideração as fases de desenvolvimento (ovo e ninfa) e serão conduzidos em câmara incubadora B.O.D. a 25 ± 1ºC, 70 ± 10% UR e fotofase de 12h. A avaliação de mortalidade acontecerá 24, 48, 72 e 144 horas após a exposição. Para orientar o desenvolvimento de políticas públicas de apoio a produtores de coco, foi determinada a distribuição geográfica potencial de A. pseudugesii através do modelo de máxima entropia (Maxent) e foi estabelecida estimativa de risco econômico a partir de dados de Produção Agrícola Municipal (PAM) e dados do valor da produção disponíveis. Foi possível determinar que as regiões litorâneas do Nordeste e Sudeste brasileiro, além dos estados do Amapá, Amazonas, Pará, Roraima (Norte) e Mato Grosso do Sul (Centro-Oeste) apresentam condições para o estabelecimento de A. pseudugesii. Também foram determinadas as estimativas de perdas dos 20 municípios do Brasil com as maiores probabilidades de ocorrência da espécie, sendo 18 deles presentes na região Nordeste, e tendo Porto de Pedra e Maragogi, em Alagoas, alta classe de risco econômico.