Aleurodicus pseudugesii Martin, 2008 (Hemiptera: Aleyrodidae): Distribuição potencial atual, futura e estimativa de risco econômico para a produção de Coco cocos nucifera L. (Arecaceae) no Brasil.
Distribuição potencial de espécies. Mudanças climáticas. Modelos de dinâmica de nicho. Segurança alimentar.
Ataques severos à cultura do coqueiro Cocos nucifera L. (Arecaceae) pela mosca-branca Aleurodicus pseudugesii Martin, 2008 (Hemiptera: Sternorrhyncha: Aleyrodidae) têm sido relatados em alguns municípios da região Nordeste do Brasil. Devido à recente identificação da espécie exótica, e sua importância como praga na cocoicultura brasileira, há necessidade de se criar estratégias de manejo, associadas à implementação de políticas fitossanitárias para evitar a dispersão e mitigar a praga. Modelos de nicho ecológico são usados para quantificar as relações entre registros de ocorrência conhecidos de uma determinada espécie e variáveis ambientais nesses locais. Maxent está entre os algoritmos mais amplamente usados para modelar a distribuição de espécies. Os dados foram coletados através de informações biológicas sobre a espécie, em bancos de dados científicos e de localização geográfica. Estes, foram utilizados para criar mapas de previsão do potencial de distribuição global presente e futura, além de analisar o risco econômico potencial da praga para a cultura do coco no Brasil. O modelo mostrou adequabilidade climática em todos os pontos de distribuição conhecidos da espécie, mostrando alta confiabilidade da modelagem. Os resultados mostram áreas de sobreposição entre a espécie e os principais hospedeiros presentes, com adequabilidade climática. Os mapas de previsão futura para A. pseudugesii mostram pequena diminuição nas áreas climaticamente adequadas, porém, as áreas no Caribe, Américas, África e Ásia, que abrangem os maiores produtores mundiais de coco, mostram alta adequabilidade até o fim do século em todos os cenários. Regiões brasileiras de alta dependência econômica à cocoicultura, apresentam risco econômico potencial da praga de R$ 728 milhões/ano, o equivalente a 52% do valor da produção anual de coco. Dentre os trinta municípios mais afetados economicamente, quatro pertencem ao estado de Alagoas (Maragogi, Porto de Pedras, Coruripe e Piaçabuçu), impactando a economia do estado em 79,5 milhões de reais. Estes resultados indicam que A. pseudugesii tem um potencial significativo de impactos econômicos e sociais, fazendo-se necessário o desenvolvimento de técnicas de controle eficazes e fiscalização fitossanitárias para se evitar ou retardar a dispersão desta praga.