ADAPTABILIDADE COMPARATIVA DE ESPÉCIES DO COMPLEXO Fusarium fujikuroi ASSOCIADAS COM A PODRIDÃO DA COROA DA BANANA
Musa spp., fisiologia de fungos, temperatura, potencial hídrico, fungicidas, agressividade, estresse fisiológico. |
A produção de banana (Musa spp.) tem grande importância socioeconômica no Brasil, mas as doenças causam muitas perdas na pós-colheita, com destaque para a podridão da coroa. Essa doença é causada por diversos fungos, incluindo espécies do complexo Fusarium fujikuroi (FFSC), sendo F. annulatum, F. musae e F. sacchari as mais prevalentes. Estudos sobre componentes de adaptabilidade são importantes para entender como os isolados se adaptam em resposta à perturbação ou estresse fisiológico, mas não existiam estudos dessa natureza envolvendo as espécies de Fusarium associadas à podridão da coroa. Diante disso, o objetivo dessa dissertação foi comparar a adaptabilidade de nove isolados de F. annulatum, F. musae e F. sacchari, sendo três de cada espécie, em relação à: (a) taxa de crescimento micelial, esporulação e germinação dos esporos na temperatura de 25 °C; (b) temperaturas e potenciais hídricos ótimos para crescimento micelial, esporulação e germinação dos esporos; (c) sensibilidade a diferentes fungicidas; e (d) patogenicidade e agressividade dos isolados em frutos de banana, manga e mamão. Isolados da mesma espécie mostraram diferenças significativas entre si (P≤0,05) nas variáveis analisadas. Com a incubação a 25 °C, o crescimento micelial variou entre 4,1 e 6,7 mm/dia, a esporulação entre ,9 x106 e 44,7 x 106 esporos/mL e a germinação dos esporos entre 67,4 e 100%. As temperaturas ótimas para o crescimento micelial variaram entre 26,6 e 30,1 °C, para a esporulação entre 25,5 e 34,9 °C, e para a germinação de esporos entre 27,1 e 31,5 °C. Os potenciais hídricos ótimos para o crescimento micelial variaram de -0,16 a -1,24 MPa, para a esporulação entre 0,01 e -1,88 MPa e para a germinação dos esporos entre -0,05 e -1,80 MPa. Somente tiofanato metílico não apresentou atividade inibitória sobre o crescimento micelial de todos os isolados, enquanto apenas esse fungicida e azoxistrobina inibiram a esporulação de todos os isolados. Somente azoxistrobina e piraclostrobina inibiram a germinação de esporos de todos os isolados, enquanto tebuconazol e tiofanato metílico não apresentaram nenhum efeito inibitório sobre a germinação dos esporos dos isolados. Todos os isolados foram patogênicos à banana e manga, com diferentes níveis de agressividade. Nenhum isolado foi patogênico ao mamão. Utilizando o conjunto dados e a análise por UPGMA, os isolados foram separados em seis grupos de similaridade. Essas diferenças de adaptabilidade devem ser consideradas na elaboração de estratégias eficientes de manejo da podridão da coroa da banana.