Situação da resistência ao glifosato em populações de Conyza spp (L.) No nordeste brasileiro
Resistência a herbicidas, Glifosato, Conyza spp, Manejo de plantas daninhas
O controle de plantas daninhas com herbicidas é uma prática essencial na agricultura, mas o uso intensivo desses produtos tem gerado a resistência de várias espécies. Os mecanismos de resistência mais comuns envolvem alterações no local-alvo do herbicida, aumento no metabolismo, redução da absorção e translocação do produto, sequestro do herbicida nas paredes celulares ou vacúolos e amplificação ou superexpressão gênica. Dentre os herbicidas mais utilizados globalmente, o glifosato se destaca por sua eficácia, sendo amplamente empregado na agricultura. Contudo, tanto no Brasil quanto no mundo, há um crescente número de casos de resistência, com populações de Conyza spp. sendo algumas das principais espécies afetadas. Essas plantas, quando expostas ao glifosato, não são controladas pelas doses recomendadas nas condições agrícolas. No Nordeste do Brasil, embora não haja dados consolidados, existem suspeitas de resistência nos estados do Maranhão, Bahia e Piauí, o que preocupa os produtores locais. O objetivo deste estudo é monitorar a resistência ao glifosato em áreas de cultivo comercial de Conyza spp. no Nordeste brasileiro. A pesquisa será conduzida com sementes de biótipos de Conyza spp., coletadas durante incursões nos estados nordestinos, especialmente em áreas de cultivo de cana-de-açúcar. Os experimentos serão realizados em casa-devegetação, no Campus de Engenharias e Ciências Agrárias da Universidade Federal de Alagoas. O delineamento experimental será inteiramente casualizado em esquema fatorial, com fatores definidos entre populações e doses do herbicida. Os tratamentos serão aplicados em pósemergência, quando as plantas atingirem o estádio de 3 folhas. A aplicação será feita utilizando um pulverizador costal pressurizado a CO2, com barras equipadas com pontas de pulverização de jato plano ADIA-01, garantindo uma pressão constante de 200 kPa e volume de calda de 120 L ha-1. As avaliações de controle visual serão realizadas aos 15, 30 e 45 dias após a aplicação do herbicida. Ao final do experimento, as plantas serão coletadas para a determinação da massa seca. Os dados obtidos serão submetidos a análise de variância utilizando o software SISVAR, e posteriormente ajustados ao modelo de regressão não-linear do tipo logístico com três parâmetros. Para determinar as doses ótimas de manejo, serão calculadas as porcentagens de controle de 50%, 80%, 90% e 99%, baseadas nas equações geradas pelas curvas de doseresposta. Este estudo busca fornecer informações precisas e atualizadas para o manejo de plantas daninhas resistentes, oferecendo suporte para estratégias de controle eficientes no cultivo de cana-de-açúcar e outras culturas no Nordeste do Brasil. Palavras-chave: Resistência a herbicidas, Glifosato, C