A CONCRETUDE DAS RELAÇÕES RACIAIS E DE GÊNERO NA SAÚDE MENTAL DE MULHERES NEGRAS ORGANIZADAS EM MOVIMENTOS SOCIAIS
Racismo; Sexismo; Saúde mental; Movimentos Sociais; Neoliberalismo
O tema da dissertação versa sobre o racismo e o sexismo patriarcal como elementos estruturantes da formação sócio-histórica do capitalismo brasileiro e as suas implicações na saúde mental das mulheres negras na atual conjuntura. Norteia-se pela contestação das possíveis mediações realizadas pelas mulheres negras auto organizadas em movimentos sociais sobre a sociabilidade estruturalmente racista e sexista e a produção de saúde mental na contemporaneidade. O objetivo central da investigação é promover reflexão crítica sobre o racismo e o sexismo patriarcal e as suas implicações na saúde mental das mulheres negras trabalhadoras. Analisa-se os impactos estruturais de classe, raça e gênero da sociabilidade burguesa na saúde mental das mulheres negras inseridas em movimentos sociais na cidade do Recife, no ano de 2024. Por fim, discute-se os posicionamentos do Estado diante das possíveis situações de preconceito, discriminação e racismo estrutural com as mulheres negras identificadas com o estudo, cuja metodologia adota a perspectiva do materialismo histórico e dialético orientada pela produção teórica do feminismo negro brasileiro. Mediante questionário auto dirigido, a pesquisa evidencia os impactos do capitalista racista e da ordem patriarcal de gênero na saúde mental das mulheres negras. Os resultados gerais obtidos apontam que o neoliberalismo incide na produção de sofrimento ou adoecimento mental por meio da sua perspectiva individualizante das relações sociais e por meio da precarização e privatização das políticas públicas, o que aumenta o estresse provocado diante das situações de discriminação e preconceito racial e sexistas dirigidos contra as mulheres negras. As situações de preconceito e discriminação anconram-se no estigma de subalternidade das mulheres negras, atrelando-as ao servilismo caracteristico da formação social escravocrata. Os movimentos sociais auto organizados fomentam transversalmente a diversidade política e social por meio da valorização da auto estima e o aumento significativo da solidariedade mediante o pertencimento racial.