Banca de DEFESA: THAYNA DA SILVA FELIX

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : THAYNA DA SILVA FELIX
DATA : 25/02/2025
HORA: 19:00
LOCAL: Faculdade de Serviço Social
TÍTULO:

A AÇÃO DO AGRONEGÓCIO NA PRODUÇÃO DA FOME EM ALAGOAS


PALAVRAS-CHAVES:

Fome; Agronegócio; Agricultura Familiar.


PÁGINAS: 117
RESUMO:

A fome é uma das expressões da “questão social”, estando, entre outros fatores, ligada à
concentração de terras, ao monopólio do poder político e econômico nas mãos de poucas
famílias, bem como à dinâmica do Modo de Produção Capitalista e à sua relação com o Estado.
Nesse contexto, a presente pesquisa tem como objetivo investigar como a ascensão do
agronegócio em detrimento da agricultura familiar impacta a produção e o acesso a alimentos
pela população alagoana. Para tanto, utilizou-se a pesquisa bibliográfica e documental, tendo o
materialismo histórico e dialético como aporte teórico. A análise se fundamentou em autores
clássicos, como Karl Marx (2013), Lênin (2011), Prado Jr. (1971) e Josué de Castro (2008), além
de autores contemporâneos como Leile Teixeira (2015), Behring e Boschetti (2006), Delgado
(2012), entre outros, cujas contribuições foram essenciais para os resultados obtidos. Quanto à
pesquisa documental, realizamos a coleta e análise de dados a partir de pesquisas do Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatísticas-IBGE, pelo Departamento Intersindical de Estatística e
Estudos Socioeconômicos (Dieese, 2022), o Inquérito Nacional sobre Segurança Alimentar e
Nutricional (2020), entre outros, expressos por meio de gráficos e tabelas. A produção de
alimentos e seu par dialético, a escassez de alimentos, reflete, na contemporaneidade, as tensões
e contradições que surgem a partir do sistema econômico e social, onde a produção de alimentos
está frequentemente dissociada da forma como esses alimentos são distribuídos e consumidos.
Compreende-se a alimentação como uma necessidade humana imprescindível, a sua ausência
compromete a reprodução da vida. Dessa forma, para que o (a) trabalhador (a) tenha suas
necessidades básicas garantidas, é necessário vender sua força de trabalho, recebendo um salário
que permita a sua reprodução social. No entanto, ao observar a relação entre o custo de vida e o
preço das cestas básicas, percebe-se que o salário mínimo em Alagoas está abaixo do salário
mínimo brasileiro, que já não é considerado suficiente para garantir uma alimentação adequada.
Nesse sentido, a produção insuficiente de alimentos no território alagoano ocasionado pela alta
concentração de terras na mesorregião do leste, que possui o solo mais qualificado para o
desenvolvimento da agricultura, como também pelo investimento ínfimo do estado na agricultura
familiar e a utilização de verbas estatais em prol do agronegócio evidenciam as suas
desigualdades estruturais mais agudas que resultam em índices alarmantes de insegurança
alimentar, alcançando 77,8% da população em 2022. Considerando a dinâmica de
superexploração da força de trabalho, constatamos que no estado, mesmo aquelas famílias com
trabalho formal o percentual de IA era de 43%, um pouco mais que o dobro da região nordeste,
indicando que, mesmo com empregos formais, a renda familiar não é suficiente para garantir a
segurança alimentar. Em Alagoas, a alta concentração de terras e renda se apresenta como
produtor do cenário de fome e desigualdade, conservada a partir do suporte promovido pelo
aparato estatal em relação ao agronegócio. Assim, o avanço das políticas neoliberais promove o
distanciamento cada vez maior da população em relação à produção e ao acesso a alimentos,
estabelecendo uma divisão entre aqueles que têm o direito de se alimentar adequadamente e
aqueles que não têm.


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 2474569 - ADRIANO NASCIMENTO SILVA
Interno(a) - 1837208 - ARUA SILVA DE LIMA
Interno(a) - 1148500 - LUCAS BEZERRA DE ARAUJO
Externo(a) à Instituição - FRANQUELINE TERTO DOS SANTOS - UPE
Externo(a) à Instituição - MARIANGEL SANCHEZ ALVARADO
Notícia cadastrada em: 20/02/2025 18:11
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