Efeitos interativos de microplásticos e metilparabeno no desenvolvimento do zebrafish (Danio rerio)
contaminantes emergentes, embriotoxicidade, ecotoxicologia, conservantes
Entre os chamados contaminantes emergentes (CEC) encontram-se os parabenos, uma classe de moléculas derivadas do ácido 4-hidroxibenzóico, que são habitualmente utilizadas como conservantes em preparações industriais. O seu potencial de desregulação endócrina tem sido estudado há mais de duas décadas e, nas investigações mais recentes, foram observados novos parâmetros de toxicidade, como o comprometimento do desenvolvimento embrionário em espécies de peixes. Os microplásticos, por sua vez, são partículas de até 5 mm de diâmetro compostas por diversos tipos de polímeros orgânicos, dentre os quais o polietileno (PE) é um dos mais utilizados e encontrados em ambientes aquáticos. Estas partículas têm a capacidade de adsorver substâncias na sua superfície, atuando como um "Cavalo de Tróia" que pode modificar a toxicidade das moléculas adsorvidas. O presente estudo procurou compreender a toxicidade da interação entre o metilparabeno (MeP) e os microplásticos de polietileno (MPPE) no zebrafish (Danio rerio) durante suas fases iniciais de desenvolvimento. Para tal, foram efetuados o teste de toxicidade embriolarval (ZELT), a análise morfométrica e a análise comportamental utilizando concentrações de 0,01, 0,1 e 1 µM de MeP separadamente ou em mistura com uma suspensão de MPPE a uma concentração de 3,4 mg/L. Quanto ao ZET, não houve diferenças entre os tratamentos no que diz respeito à mortalidade, aos movimentos espontâneos e à taxa de eclosão durante as 144 horas de experimento, mas houve uma diferença significativa na frequência cardíaca dos grupos expostos às concentrações de parabenos em comparação com os controles,evidenciando o potencial do MeP de elicitar cardiotoxicidade em embriões de zebrafish em concentrações ambientalmente relevantes.