Biomarcadores de desbalanço redox e estresse oxidativo em fêmeas de zebrafish expostas ao Metilparabeno e seu metabólito ácido 4-hidroxibenzóico: Implicações para o fitness animal
defesa antioxidante, ecotoxicologia, parabenos ,peixes, poluição aquática
Os parabenos, amplamente utilizados como conservantes desde o início do século XX têm sido detectados em diversas matrizes ambientais ao longo do mundo; Pode ser encontrado em amostras de organismos aquáticos e terrestres, e sua presença é associada a efeitos tóxicos em organismos aquáticos, pois podem bioacumular e apresentar atividade estrogênica. Entretanto, pouco se conhece sobre os efeitos hepatotóxicos do metilparabeno (MeP) e do seu metabólito ácido 4-hidroxibenzóico (4-HB) em peixes fêmeas visto que o fígado é essencial para o metabolismo animal bem como para o processo de ovogênese de zebrafish (Danio rerio). Assim,objetivou-se avaliar múltiplos biomarcadores de balanço redox,como a atividade das enzimas superóxido dismutase (SOD), catalase (CAT) e glutationa S-transferase (GST), e marcadores de estresse oxidativo, como os níveis de malondialdeído (MDA) e proteína total (PT). Além de parâmetros biométricos (comprimento padrão, peso corporal total, peso do fígado e índice hepatossomático) em fêmeas de zebrafish. Para isso os animais foram expostos a concentrações ambientalmente relevantes de MeP e 4-HB (1,0 e 10,0 µg/L) por 7 dias (exposição subcrônica). Os resultados mostraram que o MeP e o 4-HB causaram redução na atividade das enzimas SOD e CAT, com reduções mais acentuadas associadas ao 4-HB, especialmente na maior concentração. O MDA, biomarcador de peroxidação lipídica, apresentou aumento nas concentrações de MeP a 10,0 µg/L e 4-HB a 1,0 e 10,0 µg/L, indicando estresse oxidativo. De forma inédita, evidenciamos que a exposição ao 4-HB causou maior toxicidade em comparação ao MeP, com efeitos mais expressivos na redução das defesas antioxidantes e no aumento da peroxidação lipídica. A ausência de alterações significativas na atividade da GST sugere que o tempo de exposição não foi suficiente para ativar a segunda via de defesa antioxidante, uma vez que as enzimas de primeira via (SOD e CAT) tiveram alterações na sua atividade observadas. Por outro lado, o aumento nos níveis de PT nos grupos tratados com 4-HB indica possíveis respostas adaptativas do organismo. O IHS não apresentou diferenças significativas em curto período de exposição. Estudos anteriores corroboram os achados, relacionando a exposição aos parabenos ao desequilíbrio redox, aumento de ROS e danos oxidativos. Este estudo evidencia os riscos ambientais de concentrações de MeP e 4-HB frequentemente detectadas em ambientes aquáticos.