DISTRIBUIÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DO MACRO E MICROPLÁSTICO EM
ECOSSISTEMAS COSTEIROS
Poluição por plástico, recife de coral, praia, ecossistemas costeiros
A poluição por plástico se tornou uma ameaça ao nosso planeta nos últimos anos. Devido ao seu baixo custo, propriedades físico-químicas e durabilidade, o plástico tem sido amplamente utilizado em toda a sociedade, tornando-se onipresente em nossa vida e nos mais diversos ecossistemas, causando diversos danos, tanto aos ecossistemas quanto para as atividades econômicas e sociais como o turismo e a pesca local. A praia da Ponta Verde é um dos principais corredores turísticos e de alto adensamento populacional do estado de Alagoas. Portanto, este estudo teve como objetivo avaliar o acúmulo de plástico nos ecossistemas costeiros, identificando suas principais fontes e potenciais fatores que influenciam o seu acúmulo. A presença do plástico foi avaliada em quatro diferentes ecossistemas, são eles: (1) Praia arenosa, (2) Recifes de coral (substrato e superfície da água) e (3) Banco de lama. O microplástico foi coletado na praia arenosa e recifes de coral apenas. Para avaliar diferenças na composição do macro e microplástico entre os diferentes ecossistemas, foi aplicada a análise de Similaridade ANOSIM e para avaliar as forças que influenciam a dispersão e acúmulo de plástico nos diferentes ecossistemas, utilizamos dados de variáveis ambientais e antrópicas utilizando Modelos Lineares Generalizados (GLM). Um total de 8.855 itens foram coletados nos diferentes ecossistemas descritos neste estudo e classificados de acordo com seu material, tipo de plástico e possível origem. Apesar da notável diferença na quantidade de itens entre os ecossistemas, a prevalência de itens plásticos foi semelhante em todos. O Praia arenosa apresentou 83,96% de seus itens classificados como plástico, com o tipo Filme sendo prevalente. No Recife de coral, 83,18% dos itens foram classificados como plástico. Destes plásticos, os tipos Filme e Rígido foram os que mais se destacaram. Assim como nos dois ecossistemas já citados, a Superfície da água obteve uma alta porcentagem de itens plásticos, dentro dessa classificação, a maior porcentagem foi para itens Não Identificados quanto ao tipo de plástico, seguido dos tipos Filme e Rígido. Os resultados obtidos a partir do teste ANOSIM revelam uma diferença significativa na composição do plástico entre os ecossistemas analisados (R=0.483; p=0.001), o que indicou que as amostras dentro de cada ecossistema são consideravelmente mais similares entre si do que quando comparados entre eles. Os resultados obtidos a partir dos Modelos Lineares Generalizados (GLM) indicaram que, de modo geral, em todos os ecossistemas, o vento e as ondas foram estatisticamente significativos para distribuição e acúmulo do plástico. No entanto, ao analisar separadamente cada ecossistema ambiental, padrões distintos foram apresentados. A prevalência do plástico sobre os demais resíduos antropogênicos pode estar relacionada com suas altas taxas de produção, que crescem ainda mais a cada ano, e sua persistência nos ambientes pode desencadear uma série de efeitos negativos, afetando principalmente os diversos organismos. Os achados deste estudo destacam que o acúmulo e distribuição do plástico se dá através de formas distintas, com as principais forças atuantes sobre elas sendo os ventos, ondas e principalmente as atividades antrópicas como turismo e pesca. A partir disto, os resultados obtidos nesta pesquisa serão fundamentais para subsidiar estratégias de manejo e mitigação da poluição por plástico em uma área tão atrativa turisticamente.
Palavras-chave: Poluição por plástico, recifes de corais, áreas costeiras