Banca de QUALIFICAÇÃO: ANNY CAROLINY SANTOS LOZ

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : ANNY CAROLINY SANTOS LOZ
DATA : 29/04/2025
HORA: 09:00
LOCAL: qualificação remota
TÍTULO:

Fisiologia Térmica e Impacto das Mudanças Climáticas em espécies de rãs (Anura: Leptodactylidae: Leptodactylus) na Mata Atlântica Setentrional


PALAVRAS-CHAVES:

Ecofisiologia térmica; Anfíbios; Ectotermia; Tolerância Térmica; Mata Atlântica


PÁGINAS: 14
RESUMO:

A temperatura é uma variável ambiental fundamental que afeta o crescimento e o desenvolvimento dos organismos em geral. Os animais ectotérmicos, em especial, dependem da temperatura ambiente para regular a temperatura corpórea e realizar suas funções vitais. Dentre os ectotérmicos, os anfíbios são altamente suscetíveis às flutuações térmicas.Organismos menores têm uma taxa metabólica elevada devido à relação superfície-volume, tornando-os mais vulneráveis às variações de temperatura, enquanto organismos maiores possuem maior amplitude de tolerância térmica. Sendo assim, esse estudo testou a hipótese que espécies de rã de grande porte irão suportar temperaturas voluntárias e críticas máximas mais altas e consequentemente serão menos vulneráveis e mais tolerantes as mudanças climáticas, enquanto espécies menores apresentarão o padrão oposto. As coletas das rãs foram realizadas na Area de Proteção Ambiental do Catolé e Fernão Velho, no município de Maceió, Mata Atlântica do estado de Alagoas, Brasil  entre abril e julho de 2024. Foram coletados 43 indivíduos de Leptodactylus vastus (grande porte) e 27 L. natalensis (pequeno porte) e estes foram trazidos ao laboratório para os experimentos térmicos. As temperaturas operacionais nos micro-habitats foram monitoradas com o uso de data loggers. Os experimentos consistiram em um período de 30 minutos de aclimatação em um gradiente térmico variando de 15 a 35°C. A temperatura corpórea foi aferida a cada minuto durante uma hora, utilizando um termômetro digital infravermelho. A média desses valores foi considerada como Tpreferencial (Tpref), o primeiro quartil e terceiro quartil como Voluntária mínima (Vtmin) e Voluntária máxima (Vtmax) respectivamente, a diferença entre Vtmax e Vtmin foi considerada a margem de segurança térmica. Para a coleta de dados da Crítica mínima (Ctmin) e Crítica máxima (Ctmax), a temperatura corpórea de cada um dos indivíduos foi diminuída ou aumentada através de uma câmara de resfriamento ou aquecimento respectivamente, e observadas a cada minuto até o momento em que o animal atingia a paralisação temporária de suas funções motoras. O intervalo entre o CTmin e o CTmax foi considerado como a zona de tolerância térmica das espécies. A tolerância ao estresse térmico foi considerada como a diferença entre Ctmax e Vtmax. Não houve diferença significativa entre machos e fêmeas e nem entre jovens e adultos quanto aos parâmetros térmicos. Além disso, a influência da hidratação foi investigada, com grupos de indivíduos hidratados e não hidratados. Os resultados mostraram que L. vastus apresenta uma média de Tpref de 26,2°C, Vtmax de 27,8°C, Vtmin de 25,4°C e uma margem de segurança térmica de 2,4°C, enquanto L. natalensis apresenta uma média de Tpref de 28,27°C, Vtmax de 30,19°C e Vtmin de 26,16°C com uma margem de segurança térmica de 4,03°C. A tolerância ao estresse térmico foi maior em L. vastus (12,85°C) em comparação com L. natalensis (9,43°C). No entanto, os dados indicaram que a hidratação influenciou a tolerância ao estresse térmico em L. vastus, mas não teve impacto significativo em L. natalensis. A análise das respostas térmicas entre indivíduos de diferentes tamanhos revelou diferenças significativas, sugerindo que o tamanho corporal pode influenciar diretamente a capacidade das rãs de suportar variações térmicas. A pesquisa reforça a importância de compreender a fisiologia térmica dos anfíbios frente às mudanças climáticas.




MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 1714987 - TAMI MOTT
Interno(a) - 1278133 - GUILHERME RAMOS DEMETRIO FERREIRA
Interno(a) - 2882780 - RICHARD JAMES LADLE
Externo(a) à Instituição - CARLOS FREDERICO DUARTE DA ROCHA - UERJ
Notícia cadastrada em: 24/04/2025 15:23
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