Papel das Áreas MArinhas título: Protegidas na resiliência dos recifes de coral do Atlântico Sudoeste, frente às anomalías térmicas provocadas pelo El Niño 2023/2024
Branqueamento; Mudanças climáticas; Conservação
Os recifes de coral estão enfrentando crescentes ameaças das mudanças climáticas, especialmente por meio de eventos de branqueamento em massa intensificados pelo El Niño. Este estudo avaliou o papel das Áreas Marinhas Protegidas (AMP’s) na resiliência dos recifes de coral durante o evento El Niño 2023 - 2024 na costa de Alagoas, Brasil. As coletas ocorreram em sete recifes com diferentes níveis de proteção (1 Zona de Exclusão, 3 Turismo, 1 Pesca e 2 Múltiplo Uso), antes, durante e após o evento de 2023 - 2024. Foi avaliada a intensidade do estresse térmico através do Índice Degree Heating Week (DHW). A cobertura bentônica e diversidade de espécies coralíneas foi avaliada utilizando foto-quadrados (0,25 x 0,25 m). Foi aplicado o teste de Kruskall- Wallis e o Índice de Mortalidade dos Corais (CMI). O valor de DHW durante o pico da onda de calor alcançou 21,3 C semanas, números nunca registrados para esta região. A cobertura coralínea apresentou-se bem diversa com dez espécies de corais. O Índice de Mortalidade de Corais revelou taxas elevadas principalmente para as espécies Millepora alcicornis, Millepora braziliensis e Mussismila harttii atingindo até 100% em algumas áreas. A zona de exclusão foi uma das áreas que apresentou altos índices de mortalidade, apesar da sua categoria restrita de proteção, contudo isto pode estar relacionado com a característica da espécie mais abundante no recife, a Millepora alcicornis um coral conhecido pela sua susceptibilidade. Os achados sugerem que, embora as AMP’s ofereçam alguma capacidade de mitigação, sua eficácia é limitada frente a estresses climáticos extremos, reforçando a necessidade de ações climáticas amplas e estratégias de manejo adaptativo.