Influência da concentração de nutrientes inorgânicos na 2 ocorrência de branqueamento no coral Siderastrea sp.
recife de coral; estresse oxidativo; monitoramento; poluição.
Fatores em escala global como a acidificação e aquecimento das águas marinhas tem ameaçado cada vez mais os ecossistemas recifais por ocasionar grandes eventos de branqueamento de coral. São recentes os estudos dos nutrientes de origem continental como poluentes de ambientes recifais e pouco se conhece sobre os efeitos que podem causar na comunidade coralínea. Para avaliar o impacto da entrada de nutrientes inorgânicos nos recifes de coral, foram coletadas colônias da espécie de coral pétreo Siderastrea sp. saudáveis, fracamente branqueadas e branqueadas, em 2 zonas de exclusão ou no-takes, nos recifes de coral, de Maragogi (A) e Japaratinga (B) da Área de Proteção Ambiental Costa dos Corais, AL, em períodos de chuva e estiagem. O tecido das colônias foi extraído para quantificação da atividade das enzimas antioxidantes Catalase, Superóxido dismutase, Glutationa S-transferase e dos níveis de peroxidação lipídica. Foram ainda coletadas amostras de água superficial para análise de parâmetros físico-químicos e da concentração de nutrientes inorgânicos em 4 pontos de um transecto perpendicular a praia, desde a desembocadura dos rios aos recifes. Para verificar a influência da entrada dos rios sobre os recifes, foram utilizadas imagens de satélite para a caracterização das plumas dos rios próximos aos recifes estudados, sendo calculada a área superficial e o alcance das plumas nos períodos de coleta. O Rio Salgado teve maior alcance da pluma até o recife B, tendo os maiores valores de amônia e nitrito sobre o recife no período chuvoso. Os maiores valores das atividades das enzimas antioxidantes (CAT, SOD e GST) foram também registrados em B no mesmo período para as colônias saudáveis, fracamente branqueadas e branqueadas. A peroxidação lipídica aumentada após o período chuvoso, indicou a existência de estresse oxidativo em B. Através da análise de DistLM, verificou-se que a concentração de amônia foi o parâmetro que melhor explicou a variação nos valores do IBR, confirmando a ocorrência de estresse e branqueamento nos corais, devido a entrada de nutrientes inorgânicos relacionada a descarga dos rios. Sugere-se que o IBR é uma ferramenta eficaz no monitoramento da saúde dos corais.