MODERNIZAÇÃO DOS ATACADISTAS DISTRIBUIDORES E DOS
ATACAREJOS NOS CIRCUITOS DA ECONOMIA URBANA: GRUPOS E
EMPRESAS EM ALAGOAS E NO NORDESTE
Formação Socioespacial; Circuitos da Economia Urbana; Atacadistas
distribuidores; Atacarejos e Varejo Moderno.
Os ramos do setor do capital comercial, “atacadistas distribuidores” e
“atacarejos”, estão em pleno crescimento e em expansão no território brasileiro,
sobretudo, nas duas últimas décadas desse século XXI. Esse contexto do
crescimento comercial se estende pela região Nordeste e pelo Estado de
Alagoas, portanto, diante dos cenários econômicos e sua dialética no
capitalismo, nacional, regional e estadual, se intensifica a necessidade de
investigação sobre esses objetos, para efeito de análises, indaga-se: 1) quais as
condições do crescimento dos grupos econômicos e das novas tendências
comerciais? 2) quais modernizações empregadas e como ocorrem as adoções
tecnológicas e a tomada de investimentos pelos grupos presentes no Nordeste?
Dessa forma, além de analisar de forma geral o setor comercial e os seus ramos,
atacado e atacarejo (novo tipo no varejo moderno), a pesquisa busca
compreender especificamente a formação socioespacial do Nordeste dentro da
formação social brasileira; busca também, diferenciar os tipos de comércios, em suas gêneses, diferenças e singularidades, entre os circuitos da economia
urbana e nos ciclos de cooperação entre capitais (da produção ao consumo);
com estudos de casos, analisar empresas nos ramos atacadistas e atacarejos
no Nordeste e em Alagoas: sedes, filiais, arrecadações e modernizações
tecnológicas, com base na caracterização econômica e na razão social, bem
como pela expansão regional dos grupos empresariais. Assim,
caracteristicamente, nota-se que os dois ramos comerciais são formas comuns
de escoamento da produção do segundo setor, ambas compõem junto com
outras formas tradicionais, inferiores e superiores, bem como outras formas
modernas de comércio, o todo do capital comercial. É de referir que para a tarefa
de análise geográfica dos recortes de pesquisa, parte-se da teoria, método e
categoria de formação socioespacial (Santos, 1977), e da aplicação regional
dessa categoria integrada ao território nacional por Mamigonian (2009). Para a
análise temática do comércio e de seus elementos atuais, adota-se como
direcionamento, noção de espaço e suas instâncias produtivas (estas que
incluem a circulação e a distribuição) em Santos (2014), recorre-se também ao
embasamento teórico dos Dois Circuitos da Economia Urbana (Santos, 2004) e
a combinação das categorias de Circuitos Espaciais e Círculos de Cooperação
(Santos, 1986, 2008, 2013). Em conformidade epistemológica e teórica, são
adotados os procedimentos metodológicos de leituras bibliográficas, temáticas e
da literatura dos recortes geográficos, dimensionando as diferentes escalas dos
fenômenos comerciais e suas manifestações atuais na Região Nordeste. Tal
qual, a conformidade das coletas de dados secundários, prioritariamente, e
primários, por casos específicos de dados, assim como informações colhidas em
campos e visitas técnicas. De forma preliminar, observa-se, na atual década, que
há um crescimento contínuo do setor atacadista e um maior destaque para o
crescimento considerável e mais recentemente estável dos atacarejos. No
Nordeste, nota-se o crescimento no número de implantações de grandes grupos
varejistas, multinacionais e nacionais, ao passo que os grupos regionais também
se destacam e crescem nos estados. Já no caso dos grupos atacadistas
distribuidores, os destaques e lideranças são puxadas pelos grupos regionais,
na maioria com a gênese de empreendimentos e a sede sendo nos próprios
estados de fundação, a exemplo disso, os grupos alagoanos que somam
diversas filiais das empresas principais, com segmentos no comércio atacadista,
diversidade produtiva (partindo também para outros setores da economia) e em
pleno processo de expansão regional, com empresas já instaladas em Sergipe
(três de diferentes grupos de Arapiraca), Pernambuco (três de um mesmo grupo
de Arapiraca) e Rio Grande do Norte (de um grupo de Maceió em cooperação
de capital com a Nestlé).