CARACTERIZAÇÃO BIOMORFOLÓGICA DE FRUTOS E SEMENTES E ECOFISIOLOGIA DA GERMINAÇÃO DE SEMENTES DE Tephrosia noctiflora Bojer ex Baker.
Planta daninha, potencial fisiológico, Tephrosia noctiflora
A Tephrosia noctiflora (Bojer ex Baker), é uma espécie endêmica do Brasil, sendo encontrada em áreas cultivadas e pastagens no estado de Alagoas, causando impactos negativos na produção. A literatura apresenta poucas informações referentes a espécie, neste sentido o objetivo deste trabalho foi caracterizar biomorfologicamente as sementes de Tephrosia noctiflora, registrar o desenvolvimento pós-seminal e estudar o potencial fisiológico em função de diferentes tratamentos pré germinativos, temperatura e pH. As sementes foram coletadas no município de Atalaia, Alagoas, sendo transferidas para o Laboratório de propagação de plantas, pertencente a Universidade Federal de Alagoas, localizado no município de Rio Largo. Para caracterização física foi avaliado o peso de mil sementes, número de sementes por quilograma, comprimento e largura de cada semente, sendo os resultados avaliados pela média, moda, mediana, amplitude de variação para cada variável. Na caracterização morfológica, verificou-se o formato da semente, sua coloração, localização das estruturas da semente, tipo de germinação e plântulas. A avaliação do potencial fisiológico foi realizada utilizando oito tratamentos pré germinativos realizados com intuído de acelerar e uniformizar a germinação das sementes, sendo estes descritos:T0–Testemunhas (sementes intactas); T1 – imersão das sementes em banho maria a temperatura de 45 0C por 20 minutos; T2 – Choque térmico (imersão das sementes em água em ebulição seguido do resfriamento em água corrente); T3 – imersão das sementes e em ácido sulfúrico (H2So4) por cinco minutos, 10 minutos (T4), 15 minutos (T5), 20 minutos (T6) e 25 minutos (T7). Após as sementes serem submetidas a cada tratamento, as mesmas foram incubadas em germinador tipo BOD regulados em duas temperaturas, constante de 30 oC e outra alternada de 20-30°C, utilizando o delineamento inteiramente casualizado montado em esquema fatorial do tipo 8X2 (tratamentos x temperatura) com quatro repetições de 25 sementes cada. Após definido o melhor tratamento pré germinativo, acompanhou-se e registrou-se o desenvolvimento pós-seminal, indicando plântulas normais e anormais. Transcorrida esta etapa, o potencial fisiológico das sementes foi avaliado em função de diferentes níveis de pH (2,5; 4,0; 5,5; 7,0; 8,5 e 10). Os experimentos foram realizados em delineamento inteiramente casualizado (DIC), sendo os dados submetidos à análise de variância, cujas médias foram avaliadas pelo teste de Tukey a 5% e análise de regressão para as variáveis quantitativas. De acordo com os resultados obtidos, verificou-se que o peso de mil sementes foi em média de 0,81g, correspondendo a 1.234.568 sementes/Kg. As dimensões das sementes variaram entre 3,18 a 1,27 mm de comprimento, por 2,20 a 1,04 mm de largura, com umidade de 7,58%. O formato da semente é reniforme, o tegumento apresenta superfície rugosa e coloração marrom. O embrião é do tipo axial e a germinação é do tipo epígea com plântulas fanecotiledonares. Na avaliação do potencial fisiológico, a melhor porcentagem de germinação (85%) foi obtida com a utilização de ácido sulfúrico por 25 minutos a temperatura constante de 30°C. A espécie não sofreu grande influência do pH mantendo germinação superior a 50% em todas as faixas testadas, com destaque para o pH 7 que proporcionou a mais alta taxa de germinação.