HISTÓRIA DE VIDA DE Tetranychus bastosi TUTTLE, BAKER & SALES, (ACARI: TETRANYCHIDAE) NO ESTADO DE ALAGOAS
Ácaro vermelho, parâmetros biológicos, crescimento populacional, tabela de vida de fertilidade.
Tetranychus bastosi (Tuttle, Baker & Sales), 1977 (Acari: Tetranychidae) foi descrito no estado do Ceará e até o presente momento a ocorrência dessa espécie é restrita ao Brasil. É um ácaro fitófago com registro em mais de 36 hospedeiros vegetais, incluindo espécies de importância agrícola. Dessa forma, os objetivos deste estudo foram relatar o primeiro registro da ocorrência de T. bastosi no estado de Alagoas, além de avaliar a história de vida de T. bastosi em diferentes hospedeiros. Em Alagoas, T. bastosi foi relatado pela primeira vez, infestando plantas de Turnera subulata L. e Ipomoea batatas L., ocasionando danos significativos. O crescimento populacional de T. bastosi mostrou valores positivos de 0,35 ± 0,02 e 0,21 ± 0,09 para I. batatas e para T. subulata, respectivamente, com diferenças significativas entre eles. Para o estudo da história de vida de T. bastosi foram avaliados os parâmetros duração e sobrevivência dos estágios imaturos, longevidade e fecundidade. A partir dos resultados, foram confeccionadas tabelas de vida de fertilidade para três espécies vegetais: Morus rubra L. considerado o primeiro hospedeiro para esse ácaro no Brasil; I. batatas, hospedeiro de primeiro relato no estado de Alagoas; e Psidium guajava L. hospedeiro de ocorrência relatada para o Nordeste brasileiro. Taxas instantâneas de crescimento (ri), preferência alimentar e de oviposição também foram avaliadas para T. bastosi. O período de incubação dos ovos de T. bastosi apresentou foi maior em M. rubra (5,9 dias) seguido por I. batatas (4,0 dias) e P. guajava (4,0 dias). O período larval mais longo foi observado em P. guajava (5,7 dias). As maiores durações dos estágios de protoninfa e deutoninfa foram observadas em P guajava (3 dias) e M. rubra (2,3 dias), respectivamente. O período mais longo de ovo a adulto de T. bastosi foi observado em I. batatas (30 dias). A maior longevidade de T. bastosi foi obsevada nos hospedeiros I. batatas e M. rubra (39,8 e 30,2 dias, respectivamente). T. bastosi mostrou maior taxa líquida (Ro) e maior duração média de uma geração (T) sobre M. rubra (13,0 e 21,3 dias), porém a maior capacidade inata de aumento populacional (rm) e taxa finita de aumento (λ) foram observadas sobre I. batatas (0,15 e 1,16). Os testes de preferência hospedeira indicaram que houve preferência de T. bastosi por P. guajava em todos os bioensios e períodos analisados, no entanto, não foi observada preferência para oviposição entre os hospedeiros. O crescimento populacional de T. bastosi mostrou valores positivos de ri 0,350 e 0,275 para I. batatas e M. rubra, respectivamente, porém um valor negativo foi observado para P. guajava (-0,082), indicando a inadequação hospedeira para T. bastosi.