PPGPP PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PROTEÇÃO DE PLANTAS CAMPUS DE ENGENHARIA E CIÊNCIAS AGRÁRIAS Telefone/Ramal: 99963-8987

Banca de QUALIFICAÇÃO: EDIVÂNIA MATIAS DA SILVA

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : EDIVÂNIA MATIAS DA SILVA
DATA : 17/08/2022
HORA: 09:00
LOCAL: Rio Largo
TÍTULO:

EFEITOS LETAIS E SUBLETAIS DE ANÁLOGOS DE NAFTOQUINONAS CONTRA Mononychellus tanajoa (Bondar, 1938) (ACARI: TETRANYCHIDAE), PRAGA PRESENTE EM PLANTAÇÕES DE MANDIOCA (Manihot esculenta Crantz)


PALAVRAS-CHAVES:

 

 

Palavras-chave: Ácaro verde da mandioca. Compostos naftoquinônicos. Acaricidas.


PÁGINAS: 83
RESUMO:

O ácaro verde da mandioca, Mononychellus tanajoa (Bondar 1938) (Acari: Tetranychidae), é de grande importância, podendo causar perdas consideráveis na cultura da mandioca. O controle do ácaro verde, M. tanajoa é difícil, visto que até o momento não existem acaricidas registrados para esta praga na cultura da mandioca. Os compostos naftoquinônicos naturais e sintéticas se destacam por possuírem atividades biológicas variadas, dentre elas acaricidas. Portanto, o presente trabalho teve como objetivo, analisar os efeitos letais e subletais referentes ao efeito repelente, taxa instantânea de crescimento populacional e efeito residual de compostos naftoquinônicos naturais e sintéticos sobre o ácaro verde, M. tanajoa na cultura da mandioca. As concentrações letais das naftoquinonas foram estimadas pela análise de Probit. Para avaliar o efeito repelente, discos de folhas de mandioca foram pulverizadas com água + 2%DMSO (controle) ou com os tratamentos (CLs 5, 25, 50, 75, 90 e 95) dos nove compostos naftoquinônicos. Em seguida, foram colocados em uma placa de Petri e foram conectados por uma lamínula, ficando de um lado o disco foliar com tratamento e do outro o controle. No centro da lamínula 10 fêmeas de M. tanajoa foram liberadas e após 24 horas foi avaliado o número de fêmeas em cada disco, foram feitas 15 repetições por tratamento. Para a taxa instantânea de crescimento populacional (ri), discos de folhas de mandioca foram imersos com os compostos (CLs 5, 25, 50, 75, 90 e 95) e a testemunha. Foram transferidas cinco fêmeas por disco e utilizadas dez repetições por tratamento. Após 10 dias, o número total de ácaros foi contabilizado. Para avaliar o efeito residual mudas mandioca foram pulverizadas com a CL95 dos compostos. Após 2 h da aplicação e durante os períodos de 1, 2, 4, 8 e 16 dias após aplicação foram retirados discos foliares, colocados em placas de Petri e transferidas 10 fêmeas de M. tanajoa, a avaliação da mortalidade foi 72 h após o confinamento. Entre as naftoquinonas, o derivado 2-(4-((5-Metiloxazol-3-il) -metilsulfonil) -fenilamino) -naftaleno-1,4-diona) (C7), foi o mais tóxico para fêmeas de M. tanajoa, seguido por ((4-Piridin-3-il) -metilsulfonil) -fenilamino) -naftaleno-1,4-diona (C6), e pelo 2-bromo-naftaleno-1,4-diona (C4), com os valores CL50 (IC 95%) de 3,08; 5,29 e 6,33 µL/mL e CL90 (IC 95%) 16,21; 24,53 e 34,31 µL/mL, respectivamente. Portanto, foi observada a seguinte ordem de atividade acaricida contra o ácaro verde, M. Tanajoa C7 > C6 > C4 > C2 > C3 > C1 > C8 > C9 > C5 tanto para CL50 quanto CL90. A viabilidade dos ovos de M. tanajoa foi afetada, após a aplicação das Naftoquinonas (C1-C9). Com base nos valores da CL50 e CL90 2-(4-((5-Metiloxazol-3-il) -metilsulfonil) -fenilamino) -naftaleno-1,4-diona) (C7), foi o mais tóxico, seguido por ((4-Piridin-3-il)-metilsulfonil)-fenilamino)-naftaleno-1,4-diona (C6), 2-bromo-naftaleno-1,4-diona (C4) e por (N'-(1,4-Diidro-1,4-dioxonaftalen-2-il)-isonicotinoilidrazida) (C8). Para estes compostos foi observada interferência na viabilidade dos ovos, bem como quais foram as menores quantidade do produto para causar 50% e 90% de mortalidade na população com valores de CL50 estimadas foi de 5,77, 6,15, 6,62 e 8,16 µg/mL, e CL 90 com valores de 23,77; 18,41; 20,38 e 31,55, respectivamente. Portanto, foi observada a seguinte ordem de atividade acaricida em ovos do ácaro verde, M. Tanajoa C7 > C6 > C4 > C8 > C9 > C5 > C1> C2 > C3. Nossos estudos mostraram que C7, C6 e C4 demonstraram resultados eficientes quanto a toxicidade de ovos e adulto de M. tanajoa. As relações estrutura-atividade entre os compostos mais promissores mostram que a presença de substituintes do tipo sulfonamida ligados a posição 2 do núcleo quinônico (C7 e C6) permitiram um aumento da atividade em 5,5 e 3,2 vezes, respectivamente por comparação a própria 1,4-naftoquinona (C1). Por outro lado, a inclusão do átomo de bromo na posição 2 da 1,4-naftoquinona foi capaz de aumentar a atividade em 2,7 vezes em comparação a C1. Além disso, C8 (N’-(1,4-Diidro-1,4-dioxonaftalen-2-il)-isonicotinoilidrazida) e C9 (N-Isonicotinoilidrazona-[2-hidroxi-3-(3-metil-2-butenil)]-1,4-naftoquinona) demostraram que a mudança do grupo hidroxila ou de uma das carbonila do núcleo básico das naftoquinona (compostos C2 e C3) por um grupo polintrogenado, seja ele uma 2-N-acilidrazida (C8) ou uma 1-N-acilidrazona (C9) contribuiu para aumentar a toxicidade dos compostos nos ovos em relação a fase adulta de M. Tanajoa, sendo a presença do grupo 2-N-acilidrazida mais eficiente que 1-N-acilidrazona. As propriedades ADME in silico dos compostos naftoquinônicos mostraram potencial para se desenvolverem como bons candidatos a acaricidas, seguindo a regra dos cinco de Lipinski.  Foi observado efeito repelente para naftoquinonas naturais, lausona (C2) e lapachol (C3) somente a partir da CLs 90 e 95 respectivamente. No entanto, para as naftoquinonas C8 e C9 sintetizados a partir dos compostos naturais, foi observado repelência a partir da CL25. Em relação as demais naftoquinonas sintéticas 1,4 Naftoquinona (C1), 2-bromo-1,4-naftoquinona (C4), 2, 3-Dicloro-1, 4-naftoquinona (C5), 4-Piridin-3-Il) (Metilsulfonil) Fenilamino) Naftaleno 1,4-Diona (C6) e 2-(4-((5-Metiloxazol-3-Il) Metilsulfonil) Fenilamino) Naftaleno-1,4-Diona) (C7) foi observado efeito repelente a M. tanajoa quando se utilizou as contrações referentes às CLs 75, 90 e 95. A taxa instantânea populacional para todos os compostos decresceu com o aumento das concentrações. Os compostos C5 nas CL 90 e 95 e o composto C7 na CL 95 foram capazes de estabilizar a população de M. tanajoa (ri= 0).  Nenhum dos compostos naturais C2 (lausona) e C3 (lapachol) testados fizeram com que a taxa instantânea de crescimento populacional fosse negativa, porém, houve redução proporcional na reprodução de ácaros, com o aumento das concentrações utilizadas. No entanto, os compostos C8 e C9 que foram sintetizados a partir da lausona e lapachol, respectivamente, conseguiram desestabilizar, negativamente, a população de M. tanajoa. No efeito residual, observou-se que apenas o C3 ([2-Hidroxi-3-(3-metil-2-butenil) -1,4-naftatoquinona – Lapachol) apresentou moderada persistência residual (mortalidade ≥ 33% até 16 dias após a aplicação dos produtos) e os compostos naftoquinônicos C1, C2, C4, C5, C6, C7, C8 e C9 apresentam leve persistência (mortalidade ≥ 27% até 8 dias após a aplicação dos compostos). As naftoquinonas podem ter potencial para o desenvolvimento de acaricidas. No entanto, outros estudos devem ser realizados para avaliar as despesas e a eficiência dessas naftoquinonas em uma ampla variedade de pragas no campo.

 

 


MEMBROS DA BANCA:
Interno - 1642163 - EDMILSON SANTOS SILVA
Interna - 2337920 - ROSEANE CRISTINA PREDES TRINDADE
Externa à Instituição - MÉRCIA ELIAS DUARTE - EMBRAPA
Notícia cadastrada em: 08/08/2022 19:32
SIGAA | NTI - Núcleo de Tecnologia da Informação - (82) 3214-1015 | Copyright © 2006-2024 - UFAL - sig-app-3.srv3inst1 03/05/2024 12:01