ESTUDO DO FEROMÔNIO SEXUAL DE Thyrinteina arnobia (STOLL, 1782) (LEPIDOPTERA: GEOMETRIDAE) EM EUCALIPTO
lagarta desfolhadora;semioquímicos; chamamento; sensilas; glândula fermonal; bioatividade.
O gênero Eucalyptus possui cerca de 600 espécies, adaptadas aos mais variados climas e solos. No Brasil, cerca de 7,47 milhões de hectares são ocupados por povoamentos florestais de eucalipto. Com o avanço da eucaliptocultura no Brasil, a incidência de surtos populacionais de insetos vem sendo favorecida. Dentre os insetos-praga da cultura, destaca-se a lagarta desfolhadora Thyrinteina arnobia (Stoll, 1782) (Lepidoptera: Geometridae), citada como o lepidóptero mais importante para a eucaliptocultura no país. No estado de Alagoas, a presença de T. arnobia foi constatada ocasionando danos significativos. Devido à grande extensão dos povoamentos florestais de eucalipto e à altura das árvores, o controle químico de lagartas de T. arnobia torna-se economicamente insustentável. Em virtude disso, novos métodos de controle vêm sendo propostos, incluindo o controle comportamental, através do estudo do feromônio sexual de T. arnobia. Para tanto, é necessario compreender os mecanismos envolvidos na ecologia química da espécie desde o processo de liberação do feromônio sexual, passando pela percepção desses compostos, excitação e resposta às substâncias feromonais. Assim, o presente estudo tem como objetivos: (i) fornecer informações base e complementares do comportamento sexual de T. arnobia, a partir da observação do comportamento de chamemento; (ii) realizar o estudo de sensilas antenais em machos e fêmeas de T. arnobia, através de microscopia eletrônica de varredura (M.E.V.); (iii) isolar e identificar possíveis substâncias feromonais de extratos de glândulas abdominais de fêmeas de T. arnobia, utilizando cromatografia gasosa com detector de ionização de chamas (GC-FID); (iv) e verificar a bioatividade dos extratos, através de eletroantenografia acoplada a cromatografia gasosa (EAG-CG). Em relação ao comportamento de chamamento, a exposição da glândula ocorreu após a 2ª hora da escotofase. O comportamento de chamamento foi caracterizado pela exposição da glândula feromonal das fêmeas de T. arnobia, a disseminação do feromônio sexual, a percepção do feromônio pelos machos e aproximação dos machos a fonte emissora do feromônio. No total, seis tipos de sensilas foram identificadas em antenas de fêmeas e machos de T. arnobia, caracterizadas em tricoide, esquamiforme, caética, basicônica, celocônicas e estilocônica. As antenas de fêmeas e machos T. arnobia apresentam morfologia estrutural de sensilas distintas. Antenas de ambos sexos, tem a presença das cerdas de Böhm’s bristles, na base do escapo. As sensilas tricoides são as mais abundantes, principalmente em antenas de machos de T. arnobia, indicando que as mesmas podem responder aos estímulos de subtâncias químicas. No perfil cromatográfico do extrato de glândulas abdominais em fêmeas de T. arnobia provenientes de Alagoas, foi possível identificar previamente 19 possíveis compostos. Em relação a bioatividade das substâncias feromonais de extratos de glândulas abdominais de fêmeas de T. arnobia, observou-se que as respostas eletroantenográficas de antenas de machos submetidas ao extrato feromonal T. arnobia foram significativas quando comparadas ao estímulo do hexano (controle).