CARACTERIZAÇÃO MORFOLÓGICA E MOLECULAR DE ESPÉCIES FÚNGICAS ASSOCIADAS A PLANTAS DA FAMÍLIA ORCHIDACEAE
Colletotrichum, Fusarium, Neopestalotiopsis, Pseudopestalotiopsis, Filogenia, Orquídea.
A floricultura é um dos segmentos do agronegócio que mais cresce no Brasil, principalmente o mercado de flores tropicais, que é favorecido pelas condições climáticas das diferentes regiões do país, com destaque para a região nordeste. Dentro desse setor, a produção de orquídeas representa um tipo de comércio em crescente expansão no mercado nacional e isso se deve a diversidade, beleza de suas flores e ao seu fácil cultivo. No entanto, apesar do progresso, a orquidicultura tem sido limitada por diversos fatores, dentre os quais estão a ocorrência de doenças, especialmente as de origem fúngica. Conhecer o agente etiológico é essencial para o sucesso, durabilidade e a implantação de medidas de controle. Por isso, o objetivo do presente trabalho foi identificar espécies de fungos associadas a orquídeas por meio de características morfoculturais e filogenéticas. Os isolados foram obtidos a partir de orquídeas nativas ou provenientes de plantios comerciais apresentando sintomas típicos de doenças com etiologia fúngica. Posteriormente, foram realizados estudos morfológicos, culturais e testes de patogenicidade em plantas assintomáticas pertencentes a diferentes gêneros da família Orchidaceae, em seguida, realizou-se a extração de DNA e a amplificação das sequências parciais dos genes gliceraldeído-3-fosfato desidrogenase (GAPDH), fator de alongamento da tradução 1-α (TEF-1α) e segunda maior subunidade de RNA polimerase II (RPB2). Um total de 80 isolados foram obtidos, sendo 57 pertencentes ao gênero Colletotrichum, 12 a Fusarium e 11 aos fungos pestalotióides. Destes, 11 isolados de Colletotrichum, 5 de Fusarium e 5 de fungos pestalotióides foram destinados aos estudos filogenéticos. As culturas de Colletotrichum apresentaram micélio variando entre tons de cinza, amarelo e branco, com conídios hialinos, não septados, reto-cilíndricos e extremidades redondas. Os isolados de Fusarium produziram micélio em tons de branco, rosa ou roxo, com macro e microconídios hialinos. Enquanto que os fungos pestalotióides formaram colônias puramente brancas ou com reverso alaranjado, cotonosas e conídios apresentando de 2 a 3 apêndices apicais e um apêndice basal. A observação das características morfológicas e culturais juntamente com a análise filogenética do gene GAPDH pôde agrupar os isolados de Colletotrichum nos complexos C. gloeosporioides, C. orquidearum, C. gigasporum e C. dracaenophilum; Já os isolados de Fusarium foram agrupados com espécies do complexo de F. incarnatum–equiseti, F. fujikuroi e F. oxysporum, com base na filogenia das sequências parciais dos genes TEF-1α e RPB2. Enquanto que os fungos pestalotióides se agruparam com espécies de Neopestalotiopsis e Pseudopestalotiopsis por meio da análise filogenética de TEF-1α.