IDENTIFICAÇÃO DE Lasiodiplodia spp. ASSOCIADAS À PODRIDÃO DE COROA EM BANANA NAS REGIÕES NORTE E NORDESTE DO BRASIL
Botryosphaeriaceae, Caracterização molecular, Musa spp.
A podridão da coroa é uma doença pós-colheita com grande impacto negativo na qualidade dos frutos da bananeira. As infecções ocorrem durante a colheita, no entanto, os sintomas surgem na pós-colheita, durante a maturação fisiológica dos frutos. Diferentes fungos são associados a esta doença, podendo variar de acordo com as regiões geográficas, com destaque para espécies do gênero Lasiodiplodia. Nesse contexto, o presente estudo tem como objetivo identificar Lasiodiplodia spp. associadas à podridão de coroa em estados das regiões Norte e Nordeste do Brasil. O isolamento foi realizado de forma direta, observada a presença de picnídios, ou quando indireta à partir do tecido sintomático. A caracterização morfocultural foi realizada a partir de colônias com 15 dias de crescimento em Batata Dextose Ágar (BDA). Os conídios foram mensurados a partir de picnídios produzidos em acículas de pinheiro autoclavadas, obtendo o comprimento, largura e razão C/L de conídios maduros (n=50) e imaturos (n=50). O DNA genômico de todos os isolados foi extraído, as sequências gênicas do fator de alongamento da tradução (EF1- α) amplificadas por PCR e os produtos enviados para sequenciamento. As regiões do espaço interno transcrito (ITS) e uma porção do gene da β-tubulina (TUB) serão utilizadas para dar maior suporte a identidade das espécies. A patogenicidade e virulência foram determinadas para todos os isolados em frutos de banana ‘prata’. Foram obtidos 114 isolados à partir de frutos sintomáticos coletados em 33 municípios localizados em diferentes estados das regiões Norte e Nordeste. Os isolados variaram em seus caracteres morfológicos e culturais, apresentando micélios aéreos densos de coloração branca a preto acinzentado. O crescimento micelial variou entre 17,9 a 42,5 mm.dia-1. Os conídios imaturos apresentaram formatos ovoides a cilíndricos (10,1–23,1 x 5,4–11,2 µm), tornando-se marrons com septos medianos e estrias longitudinais, quando maduros (10,2–19,7 x 6,0–9,9 µm). Todos os isolados foram patogênicos, apresentando lesões visíveis após quatro dias de inoculação. Os isolados mais agressivos produziram lesões que variaram entre 49,8 a 53,3 mm (Ø), enquanto os isolados menos agressivos produziram lesões que variaram entre 12,7 a 13,0 mm (Ø).