O AVESSO DA "SAÚDE" SOB O VÉU MINERÁRIO AMAZÔNIDA
Saúde; Mineração; Amazônia
Nesta tese, intenta-se desvendar o sistema de mediações que dá forma ao “processo saúde-doença”, sob o véu dos empreendimentos minerários de grande escala em uma “comunidade rural” da Amazônia brasileira, mesorregião do Baixo Amazonas no extremo oeste do estado do Pará, (divisa com o estado do Amazonas). Por meio de Estudo de Caso, Metodologia da História Oral e outras técnicas de aquisição de dados de viés qualitativo (sem desprezo à dimensão quantitativa), tomando como uma de suas bases os relatos dos membros (diretores/as) da Associação das Comunidades da Região de Juruti Velho – ACORJUVE na Vila de Muirapunima. Dados coletados mediante pesquisa de campo durante os meses de outubro, novembro e dezembro de 2020. A análise ancora-se na perspectiva de Marx (1996), e de autores marxistas, segundo a qual, há uma determinação social do “processo saúde-doença”. Sob esse prisma, sustenta-se que a presença da mineradora na localidade desencadeou um conjunto de mudanças/transformações que condicionam/determinam a forma de ser da “saúde” in loco, dada a preponderância de sua dimensão econômica sobre as demais relações sociais e de produção na região. Esta preponderância guarda relação com o atual estágio de desenvolvimento capitalista e a contínua conversão da “Amazônia” em fronteira de exploração extrativa, em sintonia com a rentabilidade orgânica própria do capitalismo contemporâneo em crise.