A (DES)RAZÃO EM TEMPO DE DESESPERANÇA:
O REACIONARISMO BURGUÊS COMO SENTIDO DA VIDA
Razão; Irracionalismo; Capital; Marxismo; Filosofia.
O objeto desta tese encontra-se no propósito do seu título, ao anunciar a desrazão em tempos de desesperança. Coloca-se na ordem do dia o processo de desumanização que o atual modelo civilizatório só aprofunda. Para tanto, inicia-se buscando apreender como foram construídos os modelos explicativos sobre o mundo no período grego-medieval, considerando as particularidades dos tempos históricos, suas verdades e seus valores. Em seguida, buscou-se compreender o desenvolvimento da razão Iluminista como parte integrante do grande projeto econômico, social e político da burguesia, na universalização de seus valores, assim como a legitimação dos novos modelos explicativos do mundo, marcados pela propriedade privada, pelo trabalho assalariado e pela defesa irrevogável da liberdade do indivíduo. Por fim, buscou-se assimilar os determinantes de como a burguesia pós 1848 se colocou como uma classe contrarrevolucionária, levando-a a um processo de decadência ideológica, que, segundo Lukács, foi um fenômeno internacional e não apenas um evento particular da Alemanha, considerado o palco principal da produção da ideologia reacionária. A tese finaliza afirmando que pensar a racionalidade ou o irracionalismo de todos os homens, é pensar como o agir de todos esses indivíduos foram sendo forjados pelas condições objetivas da vida cotidiana. A desrazão e a desesperança do mundo no século XXI, onde estamos repletos de Sísifos empreendedores perdidos aparentemente em seus infinitos particulares, ampliam ainda mais a vida sem sentido. Uma vida da superficialidade, uma vida do consumo manipulado do capital. A ruptura deste cenário está interligada à resposta que a humanidade poderá vir a dar diante da seguinte pergunta: barbárie ou socialismo?