BASES HISTÓRICAS DO CONSERVADORISMO NO SERVIÇO SOCIAL BRASILEIRO: a configuração do pensamento conservador no processo de preservação da ordem capitalista
Conservadorismo. Conservadorismo. Serviço Social. Reprodução da ordem burguesa. Neoconservadorismo pós-moderno.
A presente tese de doutorado discute as bases fundantes que fizeram do conservadorismo um traço estrutural da sociedade capitalista e sua relação com o serviço social no processo de preservação da ordem burguesa. O objetivo do estudo é entender as relações sociais e econômicas que deram base para a constituição do conservadorismo e sua inserção nos aspectos ideológicos e culturais da reprodução da sociedade de classes, impactando numa ofensiva conservadora no serviço social que se intensifica dado o recente cenário político e ideológico do Brasil. A revisão bibliográfica foi a metodologia utilizada no processo da pesquisa, fundamentada no método de Marx a partir de uma análise histórica, crítica e dialética, tomando como recurso metodológico a análise imanente dos textos utilizados. O conservadorismo é entendido aqui enquanto resultado da decadência ideológica da burguesia, quando do abandono da sua perspectiva revolucionária e da absorção de uma postura antiproletária. Este pensamento evidencia um irracionalismo que marca uma oposição e uma recusa do materialismo, tornando-se um arcabouço ideológico para sustentar a dominação burguesa. Trazendo a discussão para a realidade brasileira, evidencia-se que o processo da formação sócio-histórica do país foi um lócus privilegiado para a estruturação do pensamento conservador no Brasil e para a constituição dos seus valores morais dominantes. Assim, tem-se como pressuposto desta pesquisa que o avanço do conservadorismo no Brasil mantém relação intrínseca com as estruturas de poder estabelecidas no país, quando do seu processo de formação sócio-histórica, e que perduram até a atualidade, perpetuando relações sociais e materiais que condicionam a reprodução da ordem capitalista. Esta Tese evidencia que o avanço das múltiplas expressões do conservadorismo no serviço social, enquanto uma profissão historicamente determinada, aponta para um tencionamento do debate teórico-crítico no seu interior, refletindo na apresentação de tendências neoconservadoras pós-modernas que vão causar inflexões nos seus âmbitos ideológico e político, uma vez que afeta a formação profissional e o exercício profissional, implicando na regressão da cultura profissional, comprometendo a implementação do seu projeto profissional e esvaziando a perspectiva histórico-crítica.