CONTROLE CAPITALISTA E TECNOLOGIA: Mecanismos de intensificação da exploração do trabalho nas centrais de telemarketing
Trabalho. Controle do capital, Tecnologia, Precarização,Central de Telemarketing.
A presente tese tem como objetivo apreender como a relação entre controle capitalista e tecnologia constituem mecanismos de intensificação da exploração do trabalho nas Centrais de Telemarketing. O processo de estudo e investigação que ora apresentamos, ocorreu através de pesquisa bibliográfica e documental em base de dados oficiais, mediante uma análise teórico-metodológica fundamentada na perspectiva histórico-crítica. Realizamos, do ponto de vista metodológico, uma análise imanente das obras dos autores Karl Marx, F. Engels, Istiván Mészáros, Thomas Gounet, David Harvey, dentre outros, as quais possibilitaram analisar a exploração do trabalho no modo de produção capitalista, partindo da mercadoria enquanto produto do trabalho humano e de suas características para assim entender, considerando o processo de produção, uma mercadoria especial: a força de trabalho. A exploração da força de trabalho tem, no capitalismo, seu processo iniciado na chamada acumulação primitiva, através de meios violentos de disciplinamento e controle dos trabalhadores, ampliando-se com o desenvolvimento do modo de produção capitalista, até a crise estrutural do capital nos dias atuais. Tal desenvolvimento implicou no avanço das forças produtivas, que com o incremento da tecnologia, bem como das formas de controle do capital sobre o trabalho, garantiu os meios de intensificar a exploração do trabalho. Esses elementos tornam-se presentes em alguns setores capitalistas, a exemplo dos serviços, cujo destaque damos as Centrais de Telemarketing, que nos últimos anos apresentou significativa expansão, sob a lógica da terceirização e precarização do trabalho. Nesse campo, nos fundamentamos principalmente nas obras de Ricardo Antunes, Ruy Braga, Albani Barros, Selma Venco, entre outros, os quais deram subsídios para apreendermos a gênese histórica e as raízes dessa modalidade de prestação de serviços. Assim, tem-se como pressuposto que, na atualidade, a articulação entre as Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs), as medidas de flexibilização toyotista e as formas de controle do capital sobre o trabalho tipicamente taylorista aparece como sendo a base da intensificação da exploração do trabalho nas Centrais de Telemarketing, tendo em vista aumentar a produtividade e a lucratividade do capital no setor serviço. Esta tese evidencia que o processo de exploração do trabalho nas Centrais de Telemarketing é intensificado por meio de mecanismos que articulam formas coercitivas de controle sobre o trabalho com as novas tecnologias, que sob a ótica da modernização, demonstram a coexistência de características do controle capitalista típicas do período taylorista-fordista e da reestruturação produtiva.