O FENÔMENO DO DESEMPREGO NA REALIDADE BRASILEIRA CONTEMPORÂNEA: pandemia da covid-19 e precarização do trabalho
Desemprego. Trabalho. Precarização. Crise estrutural do capital. Pandemia da Covid-19.
RESUMO
Esta dissertação, resultado de uma pesquisa bibliográfica e documental, tem como finalidade analisar o fenômeno do desemprego no capitalismo contemporâneo, ressaltando como este fenômeno vem se expressando na particularidade brasileira, em face da eclosão e dos impactos ainda em curso da pandemia de Covid-19. Para tanto, propõe uma reflexão sobre os fundamentos do desemprego com base na lei geral de acumulação capitalista, com o intuito de analisar os nexos causais que determinaram a gênese deste fenômeno, o modo como interfere no processo de acumulação e no controle do capital sobre a classe trabalhadora. Convém ressaltar, com base nas transformações desencadeadas pelo advento da revolução industrial, que o capitalismo se consolida e se desenvolve plenamente assentado na contradição entre capital e trabalho, cujos produtos diretos desse antagonismo se expressam no desemprego, no pauperismo e no exército industrial de reserva. Ao investigar o fenômeno do desemprego, na sociedade contemporânea, são evidenciadas as grandes alterações no mundo do trabalho, postas, principalmente, pelos sistemas de produção e gestão do trabalho designados de taylorismo-fordismo e toyotismo. Evidencia-se com a pesquisa que os processos de produção capitalista contemporâneos demonstram uma força de trabalho cada vez mais precarizada e supérflua, elevando, deste modo, os níveis de desemprego. Isso decorre do período de transição entre a década de 1970 e 1980, em que o modo de produção capitalista engendra um contexto bastante peculiar, marcado por uma série de estratégias de sobrevivência do capital diante de sua crise estrutural. Nessa perspectiva, demonstra-se que o enfrentamento do desemprego pelo capital na atualidade se manifesta nas estratégias de controle da informalidade através do incentivo ao empreendedorismo e a uberização, componentes potencialmente destacados na conjuntura pandêmica, os quais revelam a tendência imanente de intensificação das formas de exploração e precarização do trabalho.