SAÚDE DOS TRABALHADORES DOCENTES: precarização, produtivismo e adoecimento nas universidades públicas brasileiras
Trabalho. Saúde dos trabalhadores. Saúde docente. Precarização. Produtivismo. Adoecimento.
As análises desenvolvidas nesta pesquisa tomam como ponto de partida a centralidade da categoria trabalho, através da tradição marxista, no intuito de apreender a sua relação com a saúde sob a perspectiva do capital, revelando que seu caráter destrutivo se expressa na degradação da saúde dos trabalhadores. Sendo assim, as evidências do desgaste na saúde relacionado ao trabalho, condensadas na atual conjuntura, refletem também na singularidade dos trabalhadores docentes que se defrontam com condições laborais flexíveis e precárias, aliadas a elevadas exigências de produtividade, acarretando a sobrecarga e ficando mais suscetíveis ao adoecimento. Desse modo, o presente trabalho objetiva analisar o processo saúde-doença dos trabalhadores docentes, em face da precarização do trabalho, do produtivismo e do adoecimento nas universidades públicas federais brasileiras. Do ponto de vista metodológico, esta pesquisa, de natureza qualitativa, abrange a investigação teórica e empírica, desenvolvida com base nos pressupostos do materialismo histórico e dialético. A vista disso, estrutura-se o percurso investigativo em três capítulos, o primeiro trata da crítica a concepção de trabalho, sob a forma particular no modo de produção capitalista, o que torna possível a compreensão da questão da saúde dos trabalhadores e a problematização da constituição do campo da saúde do trabalhador. No segundo capítulo serão abordadas as transformações ocorridas nas relações de trabalho em face da crise estrutural do capital e seus desdobramentos (reestruturação produtiva, neoliberalismo e financeirização) na particularidade brasileira, haja vista os processos históricos que foram construindo a atenção à saúde dos trabalhadores no país. E no terceiro, serão analisadas as causas de adoecimento (cargas e desgastes) advindos das relações estabelecidas no trabalho docente, que perpassam a precarização e o produtivismo no contexto de mercantilização da educação superior.