Efeitos de Indicadores Socioeconômicos Sobre a Qualidade de Instituições Políticas Participativas: um estudo utilizando um painel de países no período de 1960 a 2018
A teoria de democratização por redistribuição proposta por Acemoglu e Robinson (2000, 2001, 2006) prever que a probabilidade de instabilidade de regimes políticos é maior em períodos associados a maior desigualdade, esta hipótese possui um caráter critico a literatura que defende uma relação positiva entre a renda per capita e a probabilidade de democratização, em destaque, Lipset (1959) e sua teria da modernização. Nesta dissertação, focamos nas discussões de Acemoglu e Robinson (2000, 2001, 2006), que possui uma relação próxima com a teoria institucional de North (1994), e temos como objetivo geral analisar a relação entre a desigualdade socioeconômicas e a qualidade das instituições participativas, e objetivos específicos: (i) analisar a teoria de democratização por redistribuição visando o papel da desigualdade em sua dinâmica; e (ii) verificar empiricamente os efeitos de medidas socioeconômicas na qualidade de instituições políticas participativas. O principal método econométrico utilizado é o system generalized method of moments (ARELLANO; BOVER, 1995 e BLUNDELL; BOND, 1998) em uma amostra de 160 países no período de 1960 a 2018. Destacamos como principal resultado que a taxa de mortalidade infantil, utilizada como proxy de saúde, apresentou efeito negativo e significativo sobre a qualidade das instituições participativas na maioria das estimações, mesmo em testes de robustez, o que pode indicar que desigualdades e inequidades amplas, como sugerem Sen (1999) e Deaton (2002, 2003), percebidas pelos cidadãos podem contribuir para a consolidação e qualidade dos regimes democráticos.
Instituições políticas. Transição política. Desigualdade socioeconômica. Saúde