PANORAMA DA INSERÇÃO INTERNACIONAL DO SETOR AGRÍCOLA DO NORDESTE E SUA RELAÇÃO COM AS BARREIRAS COMERCIAIS NO PERÍODO RECENTE
Barreiras Comerciais, Agricultura, Nordeste do Brasil, Modelo Gravitacional, PPML
A região Nordeste do Brasil desempenha um papel crucial para o setor agrícola brasileiro, especialmente devido à sua produção e contribuição significativa para as exportações. O objetivo deste estudo é analisar a inserção internacional do setor agrícola da região Nordeste do Brasil no período de 2010 a 2021 e analisar sua relação com as barreiras comerciais, tarifárias e não tarifárias. Para alcançar esse objetivo foi realizada uma análise de estatística descritiva baseada em dados secundários obtidos de plataformas nacionais e internacionais como ComexStat e World Integrated Trade Solution (WITS), com foco na base de dados Trade Analysis Information System (TRAINS). Posteriormente, a partir do modelo gravitacional foram estimados modelos via Mínimos Quadrados Ordinários (OLS), Poisson Pseudo Maximum Likelihood (PPML) e PPML com efeitos fixos (PPMFE). Os resultados apontam que o setor agrícola do Nordeste experimentou crescimento notável nas exportações, com destaque para produtos vegetais. Diferentes estados têm contribuído de maneira significativa para essas exportações, com ênfase na Bahia, Maranhão e Piauí. O setor agrícola brasileiro enfrenta tarifas variadas, afetando sua entrada nos mercados globais assim como diversas barreiras sanitárias e fitossanitárias, concentradas em produtos hortícolas, plantas, raízes, tubérculos e plantas vivas, refletindo a preocupação com a segurança sanitária e fitossanitária. As tarifas têm impacto negativo nas exportações agrícolas do Nordeste, com coeficientes consistentemente negativos, indicando que tarifas mais elevadas limitam a competitividade. Barreiras não tarifárias, incluindo regulamentações sanitárias, fitossanitárias e técnicas, apresentam efeitos variados nas exportações, dependendo das abordagens econômicas utilizadas nas análises, ressaltando a necessidade de uma análise mais detalhada por produto. A pesquisa enfatiza a necessidade de políticas estratégicas que busquem reduzir tarifas e barreiras não tarifárias, melhorar a qualidade dos produtos, cumprir regulamentações sanitárias e fitossanitárias e investir em padrões de produção. Além disso, ressalta a importância de diversificar os destinos das exportações e explorar acordos comerciais para impulsionar o crescimento do setor agrícola e contribuir para a economia regional e nacional.