CRISE DA ECONOMIA SUCROALCOOLEIRA DE ALAGOAS: SUAS CAUSAS, NOVOS FATORES E REORGANIZAÇÃO DO ESPAÇO NO INÍCIO DO SÉCULO XXI
Geografia Econômica de Alagoas; Setor sucroalcooleiro; usinas de açúcar e álcool de Alagoas
Sempre atrelada à estrutura do Estado e ao mercado internacional, a cultura da cana-de-açúcar foi a primeira atividade econômica do Brasil Colônia. No princípio, sua produção era localizada, principalmente, no litoral do Nordeste. Desde o século XVII o setor açucareiro alagoano passou a incorporar inovações produtivas na agricultura, na fonte de energia e na usinagem – dos engenhos banguês às usinas. A partir do século XX, novas fases do setor permitiram a sua continuidade na economia e sua transformação em setor sucroalcooleiro. A desregulamentação do setor, nos anos 1990, com a abertura comercial, promoveu a reorganização da produção, mas ocasionou o fechamento de algumas usinas e, principalmente, as destilarias. Isso possibilitou um novo período de concentração de terras e de produção de açúcar e etanol, processo que passou a ser comandado por poucos grupos. A crise de 2008, somada as condições climáticas e a perda de competitividade do etanol, o setor sucroalcooleiro alagoano está se retraindo com a redução das exportações e o fechamento de usinas. Além disto, a produção de Alagoas concorre com a do Sudeste, que é super investida e abastecida de subsídios estaduais que estabelecem novo patamar técnico, na cultura e na usinagem da cana-de-açúcar, o qual dificilmente os produtores alagoanos têm condições de acompanhar. Daí o investimento dos latifundiários em novos segmentos do agronegócio, como silvicultura, soja, coco e milho para recompor os lucros. Por outro lado, o crescimento do comércio e dos demais serviços, despontam na economia alagoana como novos protagonistas. Nesse sentido, a nova organização do espaço (sociedade e natureza) frente a possível decadência do setor sucroalcooleiro e a ascensão de outros agentes na economia de Alagoas, constitui o objeto da pesquisa