IDENTIFICAÇÃO DE ESTILOS FLUVIAIS DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIACHO GRANDE, ALAGOAS
Conectividade da Paisagem; Geomorfologia Fluvial; Ambiente Fluvial
A dinâmica fluvial atua como um dos principais agentes na esculturação da paisagem, através de mecanismos de erosão, transporte e deposição de sedimentos que modelam as formas em conjunto com uma complexidade de numerosos processos atuantes. As chamadas terras secas apresentam um surpreendente paradoxo: ao passo em que apresentam escassez de precipitação, suas paisagens se configuram como um produto da ação fluvial. Diversas metodologias podem ser aplicadas para se compreender estes ambientes fluviais dinâmicos e não-lineares. Assim, a presente pesquisa faz uso da metodologia dos Estilos Fluviais, que se propõe utilizar diversas escalas temporais e espaciais de forma holística, setorizando os canais em tipologias fluviais para se compreender seu caráter e comportamento. Apesar da possibilidade de se trabalhar através de múltiplas escalas, a pesquisa se restringe à trechos do canal principal da bacia hidrográfica do Riacho Grande no período contemporâneo, levando em conta as morfologias fluviais e em como estas respondem ao embasamento geológico e ao histórico de uso e ocupação de terra na bacia. O uso e ocupação de terra é um dos principais pontos da análise desta metodologia, visto que as interferências antrópicas causam desequilíbrios na paisagem fluvial, que se expressam por meio de alterações e criação de formas associadas, tais como barras e planícies de inundação. O principal objetivo se alicerça na aplicação das tipologias fluviais propostas para a construção de conhecimento acerca do caráter e comportamento do rio e para compreender como o canal responde tanto à configuração do ambiente físico natural quanto às influencias antrópicas. Assim, para além da metodologia dos estilos fluviais, o trabalho conta com a aplicação de parâmetros morfométricos que possam indicar o controle estrutural e litológico na configuração da paisagem em destaque, como o Índice Relação Declividade-Extensão (RDE) e o índice de sinuosidade para indicar ambientes de deposição. Para a definição das tipologias se utiliza também o mapeamento de uso e cobertura de terra, mapeamento geomorfológico e unidades de paisagem. Desta forma será possível traçar relações entre a dinâmica fluvial e sua interferência por fatores antrópicos.