Banca de QUALIFICAÇÃO: NATHÁLIA MARIA WANDERLEY CAVALCANTE

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : NATHÁLIA MARIA WANDERLEY CAVALCANTE
DATA : 07/07/2021
HORA: 19:30
LOCAL: Maceió (Online)
TÍTULO:

O CÁRCERE E AS MULHERES NA CAPITAL DE ALAGOAS: ENTRE O PASSADO E O PRESENTE UMA ANÁLISE DO IMPACTO DA LEI 11.343/06 NESSE CONTEXTO


PALAVRAS-CHAVES:

Estudo de gênero. Encarceramento em massa. Tráfico de drogas.


PÁGINAS: 133
RESUMO:

Por muito tempo o silêncio fez parte da história das mulheres, seja das fontes ou de relatos. Construídas pelo imaginário dos homens, foram representadas em vez de descritas ou contadas, eram naturalmente invisibilizadas. Elas tiveram sua voz roubada e foram apequenadas para caber em uma identidade fantasiada, o que deixou marcas irreparáveis na psique coletiva, principalmente no senso de possibilidades. No entanto, o processo de opressão através do silenciamento e da construção de uma identidade mistificada e aceita como verdade universal, pela coletividade, não atingiu todas as mulheres da mesma forma. Se as pertencentes as classes privilegiadas, em alguma medida, escapam aos seus efeitos, as que não integram sofrem com maior rigor. A noção de que eram pouco criminosas, mas instigadoras do crime fazia do delito, consequentemente do cárcere, assunto ligado a masculinidade. Se criminosas, eram então masculinas ou loucas, desajustadas aos seus papeis. Em uma sociedade patriarcal, deviam ser domesticadas ou medicalizadas. É nesse contexto que, amparando-se em estudos teóricos feministas acerca das opressões de gênero, e dentro de uma perspectiva interseccional e histórica, através de revisão de literatura, análise documental (atas, jornais e relatórios carcerários) e entrevistas com uma arquiteta prisional, observou-se o percurso do encarceramento feminino no estado de Alagoas, atentando para as rupturas e continuidades históricas, sendo destacados os períodos de 1913 à 1921 e 2006 à 2019. O estudo compreendeu não só a evolução dos espaços destinados a custodiá-las, como também suas relações com o crime. Ao final, foi possível verificar que as formas de controle do corpo feminino são sempre atualizadas, a medida em que a sociedade se desenvolve, tanto na esfera informal, no lar ou fora dele, quanto na formal, através do sistema de justiça criminal. Se antes eram encarceradas por desordens ou loucura, hoje o envolvimento com o tráfico assume o papel selecionador que se vale de marcas como gênero, raça e classe para segregar e reafirmar a condição de estar à margem. O resultado é uma massa de mulheres jovens, mães, de baixa escolaridade, não brancas, que passam pela polícia, recebem anotações em seus registros criminais e mais um estigma a ser carregado depois do cárcere.


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 2459827 - ELAINE CRISTINA PIMENTEL COSTA
Interna - 1204025 - OLGA JUBERT GOUVEIA KRELL
Interno - 2279377 - HUGO LEONARDO RODRIGUES SANTOS
Notícia cadastrada em: 08/06/2021 21:49
SIGAA | NTI - Núcleo de Tecnologia da Informação - (82) 3214-1015 | Copyright © 2006-2024 - UFAL - sig-app-2.srv2inst1 08/05/2024 14:55